sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

"Bom conselho" - Poema de Heinrich Heine


Olof Arborelius, Vallflicka med boskap (1890)



Bom conselho 


Põe sempre os nomes aos bois 
Nas histórias que contares. 
Ou logo os burros depois 
Se queixam de os retratares: 

"Mas são as minhas orelhas!
Este azurrar é o meu! 
Se estas são minhas guedelhas! 
Ai este burro sou eu! 

Não me nomeie ele embora, 
Toda a Pátria vai agora 
Saber-me por burro, hin-hã! 
Ai que eu, hin-hã, hin-hã!" 

- Quiseste a um burro poupar... 
Logo doze hão-de zurrar.


in Bom Conselho, 
tradução de Jorge de Sena


Christian Johann Heinrich Heine (Düsseldorf, 13 de dezembro de 1797 — Paris, 17 de fevereiro de 1856) foi um poeta romântico alemão, conhecido como “o último dos românticos”. Boa parte de sua poesia lírica, especialmente a sua obra de juventude, foi musicada por vários compositores notáveis como Robert Schumann, Franz Schubert, Felix Mendelssohn, Brahms, Hugo Wolf, Richard Wagner e, já no século XX, por José Maria Rocha Fereira, Hans Werner Henze e Lord Berners.


Tori Amos - Carry


"O inteligente se previne de tudo; o idiota faz observações sobre tudo."

(Heinrich Heine)


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