quinta-feira, 5 de abril de 2012

"Divina Música" - Poema de Khalil Gibran


Amedeo Modigliani, "O violoncelista"



Divina Música


Filha da Alma e do Amor. 
Cálice da amargura 
E do Amor. 
Sonho do coração humano, 
Fruto da tristeza. 
Flor da alegria, fragrância 
E desabrochar dos sentimentos. 
Linguagem dos amantes, 
Confidenciadora de segredos. 
Mãe das lágrimas do amor oculto. 
Inspiradora de poetas, de compositores 
E dos grandes realizadores. 
Unidade de pensamento dentro dos fragmentos 
Das palavras. 
Criadora do amor que se origina da beleza. 
Vinho do coração 
Que exulta num mundo de sonhos. 
Encorajadora dos guerreiros, 
Fortalecedora das almas. 
Oceano de perdão e mar de ternura. 
Ó música. 
Em tuas profundezas 
Depositamos nossos corações e almas. 
Tu nos ensinaste a ver com os ouvidos 
E a ouvir com os corações.





Landscape, by Amedeo Modigliani, 1919


Houses, by Amedeo Modigliani


Galeria de Amedeo Modigliani
(Livorno, 12 de julho de 1884 — Paris, 24 de janeiro de 1920)

Retrato de Amedeo Clemente Modigliani


Amedeo Modigliani, Retrato de Jeanne Hébuterne 





























Amedeo Clemente Modigliani


Amedeo Clemente Modigliani (Livorno, 12 de julho de 1884 — Paris, 24 de janeiro de 1920) foi um artista plástico e escultor italiano que viveu em Paris. Um artista principalmente figurativo que se tornou conhecido por pinturas e esculturas em estilo moderno caracterizado por faces máscara e alongamento da forma. Ele morreu de meningite tuberculosa, agravada pela pobreza, excesso de trabalho, álcool e drogas (haxixe). 
Modigliani nasceu no seio de uma abastada família judia, em Livorno, Itália. A cidade portuária, Livorno, por muito tempo serviu de refúgio para os perseguidos devido sua religião e era o lar de uma grande comunidade judaica. Seu avô materno, Solomon Garsin, tinha emigrado para Livorno no século 18 como um refugiado. Modigliani foi o quarto filho de Flaminio Modigliani e sua esposa francesa, Eugenia Garsin. Seu pai era um cambista, mas quando seu negócio faliu, devido a uma crise económica na Itália, a família começou a viver na pobreza. O nascimento de Amedeo salvou a família da ruína, pois de acordo com uma lei antiga, os credores não podiam tomar a cama de uma mulher grávida ou de uma mãe com um filho recém-nascido. Os oficiais de justiça entraram na casa da família, justamente quando Eugenia entrou em trabalho de parto. A família então protegeu seus pertences mais valiosos colocando-os em cima dela. Para ajudar às despesas da casa a mãe de Modigliani começa a dar lições particulares e a fazer traduções. Modigliani cresce num ambiente com interesses literários e filosóficos. Modigliani teve uma estreita relação com sua mãe, que lhe deu aulas até ele completar dez anos. Na infância, sofreu de diversas doenças graves: pleurisia, tifo e tuberculose, o que comprometeu sua saúde pelo resto da vida - mas cujo tratamento forçava-o a constantes viagens e grande intercâmbio. É conhecido por ter começado a desenhar e pintar precocemente, antes mesmo dos estudos habituais. Ao catorze anos, durante uma crise de febre tifóide, ele delirava e em seus delírios, falava que queria acima de tudo ver as pinturas no Palazo Pitti e Uffizi, em Florença. Então sua mãe prometeu-lhe que assim que estivesse recuperado, o levaria a Florença. Ela não só cumpriu a promessa como o matriculou com o melhor mestre de pintura em Livorno: Guglielmo Micheli.
 Em 1906 mudou-se para Paris e, ao fim de três anos de vida boémia, executou uma de suas obras mais importantes: "O violoncelista", que expôs no Salão dos Independentes de 1909. Como outros pintores e artistas, viveu a experiência da extrema pobreza. Por meio dos companheiros de arte, conheceu o poeta polaco Leopold Zborowski, que se tornaria seu melhor e mais devotado amigo, além de incentivador e marchand. Em 1917, Zborowski consegue para Modigliani uma exposição individual na galeria Weil. A exposição durou apenas um dia, pois se transformou num escândalo graças ao nus expostos na vitrine da galeria. Fruto de diversas culturas, amigo de tantos artistas e encontrando-se numa conturbada fase de questionamentos e transições, sua obra entretanto não pode ser considerada filiada a nenhum dos estilos, dotada toda ela de um estilo próprio e autónomo.
Seus nus, que provocaram escândalo em seu tempo, revelam não sensualidade, mas um desnudamento da alma humana. Seu estilo faz parte de um momento em que a arte pictórica, confrontada à fotografia, lutava para conquistar seu espaço, seus valores e sua estética. O encontro com o escultor Constantin Brancusi marcou a carreira de Modigliani, que por um longo período abandonou a pintura pela escultura. Impressionado pelo cubismo, muito influenciado por Cézanne, Toulouse-Lautrec e Picasso, o artista executou nesse período esculturas nas quais se misturam influências da escola de Siena e da arte da África negra, sobretudo das esculturas do Congo e do Gabão. Nota-se em suas esculturas uma forte influência da arte africana e cambojana, que provavelmente conhecera no "Musée de l'Homme". Seu interesse pelas máscaras africanas é evidente no tratamento dos olhos de seus modelos. Com o agravamento de sua doença, a partir de 1912 abandona a escultura, concentrando-se apenas na pintura. 
A grande musa de Amedeo foi Jeanne Hébuterne, com quem teve uma filha, Jeanne, em 1918. Complicações na saúde fazem o pintor viajar para o sul da França com a esposa e a filha, a fim de recuperar-se. Retorna a Paris ao final de 1918. Na noite de 24 de janeiro de 1920, aos 36 anos, Modigliani morre de tuberculose, agravada pelo consumo excessivo de álcool e drogas (haxixe). Foi sepultado no célebre Cemitério do Père-Lachaise. No dia seguinte à morte do pintor, sua esposa Jeanne, grávida de nove meses, suicidou-se ao atirar-se do quinto andar de um edifício. (Daqui)


Jeanne Hébuterne


Jeanne Hébuterne (Paris, 6 de abril de 1898 — 25 de janeiro de 1920) foi uma pintora francesa. De família católica e conservadora, desde cedo voltou-se para as artes, afiliando-se à comunidade artística em Montparnasse graças à influência de seu irmão André Hébuterne (1894-1992), que também queria ser pintor. Entretanto, Jeanne escolheu estudar na Academia Colarossi, onde foi retratada diversas vezes por Tsuguharu Foujita (1886-1968) pintor francês de ascendência japonesa. Autora de obras como "A suicida" e "A morte", de traço simples e explicativo, Jeanne conheceu o pintor Amedeo Modigliani em 1917. Embora Modigliani fosse judeu e catorze anos mais velho do que ela, era um homem muito considerado e charmoso. Imediatamente começaram a encontrar-se  e acabaram apaixonados. Em 29 de novembro de 1918 dá a luz a uma menina, que recebe o mesmo nome da mãe, e é reconhecida como filha por Modigliani. Em julho de 1919, descobre estar grávida novamente, mostrando desapontamento. É renunciada de sua família, por escolher viver com Modigliani. Logo fica comprometida de se casar com o pintor. A vida do casal não era um mar de rosas e Modigliani tinha a saúde debilitada devido a uma tuberculose mal curada e ao consumo excessivo de álcool e drogas. Ele morre no Charité de Paris no dia 24 de janeiro de 1920. Jeanne, companheira devotada e grávida de nove meses do segundo filho, sobrevive apenas uma noite, atirando-se do quinto andar do prédio onde morava.


Jeanne Hébuterne, Natureza Morta


Jeanne Hébuterne, A Morte, 1919


Jeanne Hébuterne, Autorretrato, 1918


Jeanne Hébuterne, Retrato de Amedeo Modigliani, 1919



Amedeo Clemente Modigliani
Música: Le conseguenze dell'amore de Paolo Sorrentino

Paolo Sorrentino (Nápoles, 31 de maio de 1970) é um cineasta e roteirista francês. Obteve reconhecimento internacional em 2004 por Le conseguenze dell'amore, que venceu diversos prémios e concorreu a Palma de Ouro de Cannes. Realizaria Il Divo em 2008 e This Must Be the Place em 2011. Este último falado em inglês.

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