quarta-feira, 25 de julho de 2012

"Liberdade" - Poema de Bocage


Abel Manta, Vitral: "Ad Divitias Per Scientiam Numerorum", 1933



Liberdade 


Liberdade querida e suspirada, 
Que o Despotismo acérrimo condena! 
Liberdade, a meus olhos mais serena 
Que o sereno clarão da madrugada! 

Atende à minha voz, que geme e brada 
Por ver-te, por gozar-te a face amena! 
Liberdade gentil, desterra a pena 
Em que esta alma infeliz jaz sepultada! 

Vem, oh deusa imortal, vem maravilha, 
Vem oh consolação da humanidade, 
Cujo semblante mais que os astros brilha! 

Vem, solta-me o grilhão da adversidade! 
Dos céus descende, pois dos céus és filha, 
Mãe dos prazeres, doce Liberdade! 




Abel Manta, "Primeiro Autorretrato"



Abel Manta

Pintor e caricaturista português, João Abel Manta nasceu a 12 de outubro de 1888, em Gouveia, e morreu a 9 de agosto de 1982, em Lisboa. 
Ingressou na Escola de Belas-Artes de Lisboa em 1908, onde se formou em Pintura, tendo como mestre o pintor Carlos Reis. Após uma estada em Paris entre 1919 e 1926, onde expôs algumas das suas obras nos salons, Abel Manta regressou a Portugal. Paralelamente ao exercício da docência da disciplina de Desenho, consagrou-se como pintor naturalista, particularmente no campo do retrato, da natureza-morta e da paisagem (As Maçãs, Folgosinho e Vistas de Gouveia, de 1925, são alguns dos quadros desta época). Em 1926, realizou uma exposição individual, às quais se seguiram exposições coletivas como o Salão de outono da Academia Nacional de Belas-Artes do mesmo ano e várias exposições no Salão de Arte Moderna do Secretariado da Propaganda Nacional.
Ao longo da sua carreira, foi agraciado com alguns prémios importantes, tendo conquistado, por exemplo, o prémio atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian, na categoria de pintura, na I Exposição de Artes Plásticas, em 1957. Em 1979, foi condecorado pelo então Presidente da República, Ramalho Eanes, com a comenda da Ordem de Sant'Iago de Espada.
Abel Manta destaca-se na sua geração pelo conjunto de excelentes retratos de personalidades da época que realizou. A ele se devem igualmente representações de paisagens urbanas, nomeadamente das cidades de Lisboa e do Funchal.
O quadro mais marcante da sua pouco divulgada obra é o Jogo de Damas, de 1927 (Coleção Museu do Chiado). A influência de Cézanne (pintor francês pós-impressionista) manifesta-se no tratamento das superfícies facetadas dos volumes e na acentuação do claro-escuro. A caracterização psicológica das figuras masculina e feminina presentes no quadro é acentuada pela representação dinâmica e quase abstrata do fundo.

Abel Manta. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-07-25].


Abel Manta, "Autorretrato com Paleta, 1939"
 
 
 
Abel Manta, "Fumador de Cachimbo, 1928"


Abel Manta, "Folgosinho, 1925"


Abel Manta, "Vista Gouveia,1925"


Abel Manta, "Vista Gouveia, 1925"


Abel Manta, "Jogo de Damas, 1927"


Abel Manta, "Rua de São Bernardo, 1928"


Abel Manta, "Praça Luís de Camões, 1932"


Abel Manta, "Nu,1932"


Abel Manta, "Apolo e as Musas, 1934"


Abel Manta, Vitral: "Nossa Senhora de Belém, 1936"



Ruy Barbosa


"Um povo cuja fé se petrificou, é um povo cuja liberdade se perdeu."



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