domingo, 13 de janeiro de 2013

"Ausência" - Poema de Carlos Drummond de Andrade


Il violoncellista, 1879 



Ausência 


Por muito tempo achei que a ausência é falta. 
E lastimava, ignorante, a falta. 
Hoje não a lastimo. 
Não há falta na ausência. 
A ausência é um estar em mim. 
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, 
que rio e danço e invento exclamações alegres, 
porque a ausência, essa ausência assimilada, 
ninguém a rouba mais de mim.




Galeria de Federico Zandomeneghi
Federico Zandomeneghi, Il risveglio (Femme qui s'étire), 1895

Federico Zandomeneghi, In Bed

Federico Zandomeneghi, Reflection

Federico Zandomeneghi, Woman leaning on a chair

Federico Zandomeneghi, Promenade

Federico Zandomeneghi, Young Girl Reading

Federico Zandomeneghi, Young Girl Reading

Federico Zandomeneghi,  Le tub

Federico Zandomeneghi, Le tub

Federico  Zandomeneghi, Studio de nuca

Federico Zandomeneghi, Visita in camerino, 1886

Federico Zandomeneghi, Giovane donna allo specchio


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