quarta-feira, 23 de julho de 2014

"O Amor o que é?" - Poema de José Jorge Letria

  
George Bernard O'Neill (1828-1917), A Joyful Welcome, 1901



O Amor o que é?


O amor é
um nome de mulher
na boca de um homem.

O amor é
uma flor perfeita
na lapela de um homem só. 

O amor é
um continente sem fronteiras
para que tudo aconteça. 

O amor é
a alegria do corpo
sem vergonha de amar. 

O amor é
dividir somente
o que se pode partilhar. 

O amor é
uma cidade azul
no dorso de uma nuvem. 

O amor é
um rapaz loucamente
apaixonado por uma rapariga. 

O amor é
tão fácil e tão simples
que até se torna difícil. 

O amor é
tudo aquilo que um dia
ganhamos coragem para ser. 

O amor é
gostarmos de nós
e sabermos porquê. 


José Jorge Letria, 
In O Amor o que é?


José Jorge Letria


José Jorge Letria
é um poeta, dramaturgo, ficcionista e ensaísta português nascido a 8 de junho de 1951, em Cascais. Dedicou-se desde muito cedo ao jornalismo, tendo trabalhado também como guionista e autor de programas de televisão. Foi membro da Direção da Sociedade Portuguesa de Autores e vereador da Cultura na Câmara Municipal de Cascais.
Colaborou em várias publicações - das quais se destacam, entre outras, Colóquio/Letras, Hífen, Vértice, Boca Bilíngue, Palimpsesto e Plural - tendo desempenhado, por exemplo, funções de subchefe de redação do Jornal de Letras ou de correspondente em Portugal de Delibros (Espanha).
O nome de José Jorge Letria está ligado, na criação poética e no ensaio, à canção de intervenção, tendo estado envolvido, por essa via, ao lado de José Afonso ou de Ary dos Santos, no processo revolucionário que conduziu ao 25 de abril. Embora nesse momento a arte poética exigida pelas circunstâncias históricas acentuasse a exaltação e o combate, já aí a sua obra afirmava um investimento em imagens e metáforas e uma vocação para o trabalho da língua (patente desde logo nos jogos de palavras de que parte muitas das vezes para a construção dos títulos das obras poéticas) que viriam a caracterizar as publicações seguintes.
Da sua obra literária, largamente premiada, destaca-se a poesia, que se encontra em grande parte compilada em O Fantasma da Obra (1973-1993), de 1993.
No ano de 2001, em Barcelona, foi-lhe entregue o Prémio Aula de Poesia. Seis anos depois, foi o primeiro escritor a ser galardoado com o Prémio de Poesia Nuno Júdice, instituído em Aveiro.

José Jorge Letria. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-07-23].


George Bernard O'Neill, The Sword Dance


"Não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos." 

(Anaïs Nin)


George Bernard O'Neill, The Broken Engagement, 1860


"Ajusto-me a mim, não ao mundo."

(Anaïs Nin)


George Bernard O'Neill, Grandfather's Advice


"O único transformador, o único alquimista que muda tudo em ouro, é o amor. O único antídoto contra a morte, a idade, a vida vulgar, é o amor." 

(Anaïs Nin)


Portrait of Anaïs Nin, c. 1920


Anaïs Nin (21 de fevereiro de 1903 - 14 de janeiro de 1977) era uma autora francesa. Anaïs Nin tornou-se famosa pela publicação de diários pessoais, que medem um período de quarenta anos, começando quando tinha doze anos. Foi amante de Henry Miller e só permitiu que seus diários fossem publicados após a morte de seu marido Hugh Guiler.
Seus romances e narrativas, impregnados de conteúdo erótico foram profundamente influenciados pela obra de James Joyce e a psicanálise. Dentre suas obras destaca-se Delta de Vênus (1977), traduzido para todas as línguas ocidentais, aclamado pela crítica americana e europeia. 
Foi realizado no cinema em 1990 um filme, Henry & June, dirigido por Philip Kaufman, que falava do período que Anaïs Nin conheceu Henry Miller. Anaïs Nin foi interpretada pela atriz portuguesa Maria de Medeiros.
 

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