quarta-feira, 31 de agosto de 2016

"Jaguadarte" - Poema de Lewis Carroll


O Jabberwocky, ilustrado por John Tenniel



Jaguadarte

(Tradução de Augusto de Campos)


Era briluz. As lesmolisas touvas
Roldavam e relviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas,
E os momirratos davam grilvos.

“Foge do Jaguadarte, o que não morre!
Garra que agarra, bocarra que urra!
Foge da ave Felfel, meu filho, e corre
Do frumioso Babassurra!”

Ele arrancou sua espada vorpal
E foi atrás do inimigo do Homundo.
Na árvora Tamtam ele afinal
Parou, um dia, sonilundo.

E enquanto estava em sussustada sesta,
Chegou o Jaguadarte, olho de fogo,
Sorrelfiflando através da floresta,
E borbulia um riso louco!

Um, dois! Um, dois! Sua espada mavorta
Vai-vem, vem-vai, para trás, para diante!
Cabeça fere, corta, e, fera morta,
Ei-lo que volta galunfante.

“Pois então tu mataste o Jaguadarte!
Vem aos meus braços, homenino meu!
Oh dia fremular! Bravooh! Bravarte!”
Ele se ria jubileu.

Era briluz. As lesmolisas touvas
Roldavam e relviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas,
E os momirratos davam grilvos.


Tradução de "Jabberwocky"  por Augusto de Campos


Com tradução de Augusto de Campos e ilustrações de Rita Vidal (daqui), esta publicação marca 
a comemoração dos 150 anos da primeira edição do livro "Alice no País das Maravilhas".


"Deixa voar bem alto a fantasia! Sem ilusões, o mundo que seria?" 


(Ramón de Campoamor)


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