sábado, 1 de dezembro de 2018

"Nas ruas de Lisboa" - Poema de Yvette Centeno


Guilherme Parente, A viagem na minha terra I 



Nas ruas de Lisboa


Veio avisar
Veio com rosto
de sombra:
morrerá um poeta
nas ruas de Lisboa.

Chove muito,
a chuva lavará
o seu cadáver.

Alguém dirá
o seu nome
alguém lhe fechará
os olhos
que ele desejava
abertos
sobre o mar


Y. K. Centeno

Canções do Rio Profundo
Porto, Edições ASA, 2002




Guilherme Parente, A viagem na minha terra II



"Eu vivi tanto
que me parece tão pouco. E hei de morrer
desesperado por não ter vivido."

Jorge de Sena
(1919-1978)
 
 

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