quinta-feira, 27 de junho de 2013

"Meu amor, meu Amado, vê... repara" - Soneto de Florbela Espanca




Soneto


Meu amor, meu Amado, vê... repara
Poisa os teus lindos olhos de oiro em mim,
- Dos beijos de amor Deus fez-me avara
Para nunca os contares até ao fim.

Meus olhos têm tons de pedra rara
- É só para teu bem que os tenho assim-
E as minhas mãos são fontes de água clara
A cantar sobre a sede dum jardim.

Sou triste como a folha ao abandono
Num parque solitário, pelo Outono,
Sobre um lago onde vogam nenúfares.

Deus fez-me atravessar o teu caminho.
- Que contas dás a Deus indo sozinho,
Passando junto a mim, sem me encontrares?




Claude Monet, Nenúfares


Oscar-Claude Monet (Paris, 14 de novembro de 1840 — Giverny, 5 de dezembro de 1926) foi um pintor francês e o mais célebre entre os pintores impressionistas. 
 
O termo impressionismo surgiu devido a um dos primeiros quadros de Monet, "Impressão, nascer do sol", quando de uma crítica feita ao quadro pelo pintor e escritor Louis Leroy: "Impressão, nascer do Sol" – eu bem o sabia! Pensava eu, justamente, se estou impressionado é porque há lá uma impressão. E que liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que esta cena marinha..." A expressão foi usada originalmente de forma pejorativa, mas Monet e seus colegas adotaram o título, sabendo da revolução que estavam iniciando na pintura.


 

Claude Monet, Maisons d'Argenteuil, 1873, Alte Nationalgalerie


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