segunda-feira, 5 de agosto de 2024

"A voz das coisas" - Poema de Fiama Hasse Pais Brandão


Léon Spilliaert (Belgian symbolist painter and graphic artist, 1881 - 1946),
The Gust of Wind, 1904. Mu.ZEE - Kunstmuseum aan Zee
 


A voz das coisas


Só a rajada de vento
dá o som lírico
às pás do moinho.

Somente as coisas tocadas
pelo amor das outras
têm voz.


Fiama Hasse Pais Brandão, in "As Fábulas"
Edições Quasi, 2002.
 
[Poemas escritos por Fiama Hasse Pais Brandão durante os anos 90 integram "As Fábulas". Conjunto de poemas onde a autora mostra a sensibilidade que a tornou uma figura de destaque na literatura deste país. Referem-se a uma realidade visualmente assumida, a qual fica a oscilar entre um lugar campestre, rural, e outro que é citadino (há várias referências a Lisboa), fazendo com que haja em tais poemas um sentido especial.]
 

Léon Spilliaert
 
Léon Spilliaert, Self-Portrait, 1907, Metropolitan Museum of Art.

[León Spilliaert (Oostende, 1882 - Bruxelas, 1946) foi um pintor simbolista belga e um artista gráfico.
Seu estilo se caracterizava pelo tenebrismo e simplicidade das formas, junto à expressão amargurada e misteriosa dos personagens e paisagens presentes nas obras.]
 
 
 
Léon Spilliaert, The Window of-the Studio on the Visserskaai, 1908–09.
 
 
Léon Spilliaert, Untitled (3 dark figures)
 
 
Léon Spilliaert, Attente, c. 1902-03.
 
 
Léon Spilliaert, The Absinthe Drinker (La Buveuse d’Absinthe), 1907.


Léon Spilliaert, Dike at night. Reflected lights, 1908, Musee d 'Orsay.
 
 
Léon Spilliaert, Vertigo, 1908, Mu.ZEE - Kunstmuseum aan Zee.
 
 
Léon Spilliaert, Young man with red scarf, 1908.
 

"A grandeza de uma obra de arte está fundamentalmente no seu caráter ambíguo, que deixa ao espectador decidir sobre o seu significado."

(Theodor W. Adorno)

Sem comentários: