William Henry Margetson (British artist, 1861-1940), The Seashore, 1900
A Eterna Ausência
Eu aguardei com lágrimas e o vento
suavizando o meu instinto aberto
no fumo do cigarro ou na alegria das aves
o surgimento anónimo
no grande cais da vida
desse navio noturno
que me trazia aquela com lábios evidentes
e possuindo um perfil indubitável,
mulher com dedos religiosos
e braços espirituais...
Aquela mulher-pirâmide
com chamas pelo corpo
e gritos silenciosos nas pupilas.
Amante que não veio como a noite prometera
numa suspensa nuvem acordar
meu coração de carne e alguma cinza...
Amante que ficou não sei aonde
a castigar meus dias involúveis
ou a afogar meu sexo na caveira
deste carnal desespero!...
António Salvado,
in "A Flor e a Noite"
Galeria de William Henry Margetson
William Henry Margetson, A summer evening, c. 1910
William Henry Margetson, The virgin at the loom, 1895
William Henry Margetson, A Stitch in Time, 1915
William Henry Margetson, At The Cottage Door
William Henry Margetson, A New Day, 1930
William Henry Margetson, Girl by a Lock
William Henry Margetson, The Amulet
William Henry Margetson, Woman on Terrace
William Henry Margetson, Two Young Women Seated
"A amizade é o conforto indescritível de nos sentirmos seguros com uma pessoa, sem ser preciso pesar o que se pensa, nem medir o que se diz."
(George Eliot)
George Eliot
George Eliot, pseudónimo de Mary Ann Evans (Nuneaton, Warwickshire, 22 de novembro de 1819 — Chelsea, Londres, 22 de dezembro de 1880), foi uma novelista autodidata britânica.
Usava um nom de plume masculino para que seus trabalhos fossem levados a sério. À época, outras autoras publicavam trabalhos sob seus verdadeiros nomes, mas Eliot queria escapar de estereótipos que ditavam que mulheres só escreviam romances leves. Outro fator que pode ter levado Eliot a usar um pseudónimo masculino era o desejo de preservar sua vida íntima, sobretudo seu relacionamento com George Henry Lewes, um homem casado, com quem viveu por mais de vinte anos.
Seu primeiro trabalho literário, de 1844, foi a tradução da Vida de Jesus de David Strauss. O tema principal dos seus romances, como em Silas Marner, é a vida das pessoas simples, que retrata, com uma sensibilidade reconhecida por várias gerações de leitores, os conflitos do ser humano tais quais a angústia, o desespero e a busca da razão da vida.
Desenvolveu o método da análise psicológico característico da ficção moderna. Sua obra Middlemarch (1872) é considerada um dos maiores romances do século XIX. Segundo Virginia Woolf, em um artigo em tributo à escritora, este é "um dos poucos romances ingleses escritos para gente grande.
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