Como se morre de velhice
ou de acidente ou de doença,
morro, Senhor, de indiferença.
Da indiferença deste mundo
onde o que se sente e se pensa
não tem eco, na ausência imensa.
Na ausência, areia movediça
onde se escreve igual sentença
para o que é vencido e o que vença.
Salva-me, Senhor, do horizonte
sem estímulo ou recompensa
onde o amor equivale à ofensa.
De boca amarga e de alma triste
sinto a minha própria presença
num céu de loucura suspensa.
(Já não se morre de velhice
nem de acidente nem de doença,
mas, Senhor, só de indiferença.)
in 'Poemas (1957)'
Walter Westley Russel, Carting Sand, 1910
"O maior pecado para com os nossos semelhantes, não é odiá-los mas sim tratá-los com indiferença; é a essência da desumanidade."
George Bernard Shaw, O Discípulo do Diabo
Walter Westley Russel, The Farmyard, 1934
"Descartes já o tinha percebido com uma admirável clareza: a liberdade da indiferença é o grau mais baixo da liberdade."
Gabriel Marcel, O Mistério do Ser
Walter Westley Russel, High Tide, Blakeney, 1938
"A filosofia deveria saber que a indiferença é uma coisa militante.
Stephen Crane, Impressões de Londres
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