Christopher Richard Wynne Nevinson (1889-1946), A Studio in Montparnasse, 1926,
1425 x 913 x 68 mm, 22 kg
"O Medo: O Maior Gigante da Alma”
"Para quem tem medo, e a nada se atreve, tudo é ousado e perigoso. É o medo que esteriliza nossos abraços e cancela nossos afetos; que proíbe nossos beijos e nos coloca sempre do lado de cá do muro. Esse medo que se enraíza no coração do homem impede-o de ver o mundo que se descortina para além do muro, como se o novo fosse sempre uma cilada, e o desconhecido tivesse sempre uma armadilha a ameaçar nossa ilusão de segurança e certeza.
O medo, já dizia Mira Y Lopes, é o grande gigante da alma, é a mais forte e mais atávica das nossas emoções. Somos educados para o medo, para o não-ousar e, no entanto, os grandes saltos que demos, no tempo e no espaço, na ciência e na arte, na vida e no amor, foram transgressões, e somente a coragem lúdica pode trazer o novo, e a paisagem vasta que se descortina além dos muros que erguemos dentro e fora de nós mesmos.
E se Cristo não tivesse ousado saber-se o Messias Prometido? E se Galileu Galilei tivesse se acovardado, diante das evidências que hoje aceitamos naturalmente? E se Freud tivesse se acovardado diante das profundezas do inconsciente? E se Picasso não tivesse se atrevido a distorcer as formas e a olhar como quem tivesse mil olhos?
´A mente apavora o que não é mesmo velho', canta o poeta, expressando o choque do novo, o estranhamento do desconhecido.
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do corpo, e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia...e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”.
Fernando Teixeira de Andrade, in "O medo: o maior gigante da alma"
Professor de Literatura (1946-2008)
Christopher Richard Wynne Nevinson
Christopher Richard Wynne Nevinson, Self-Portrait, 1911
Christopher Nevinson, The Arrival, 1913
Christopher Nevinson, The Soul of the Soulless City
(‘New York - an Abstraction’),1920
"Penso com minha própria cabeça, não preciso que ninguém me diga o que é certo ou errado. Erro, sim; mas às vezes, eu acerto".
Christopher Nevinson, Venetian, c.1918–19
O professor medíocre conta.
O bom professor explica.
O professor superior demonstra.
O grande professor inspira."
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