sexta-feira, 26 de maio de 2017

"Não há tempo" - Poema de Fernando Lemos


Charles Demuth (1883–1935), Aucassin and Nicolette, 1921



Não há tempo 


Não há tempo 
há horas 
Não há um relógio 
há 
hábitos que 
me habitam 

O poema dói 
o ponteiro corta 
a hora que queima 
a morte simula 

respira 
para não me distrair 


in 'A única real tradição viva 
- antologia da poesia surrealista portuguesa' 



Sem comentários: