Charles Courtney Curran, Hollyhocks and Sunlight, 1902
Canção Báquica
Que fez calar a alegre voz?
Ressoai, canções licenciosas!
Bem-vindas, moças carinhosas
E esposas tão jovens que amáveis a nós!
As taças enchei sem tardança!
No vinho a espumar,
No fundo, o jogar
Vinde (e ouvi-las soar) cada aliança!
Cada taça se erga, de vez seja finda!
Bem-vindas, ó musas; Razão, sê bem-vinda!
Astro sagrado, arde tu, sol!
Como o lampião empalidece
Ao claro surgir do arrebol,
Assim o saber falso hesita e esvanece
Ante o imortal sol da Razão.
Bem-vindo sê tu, sol; vai-te negridão!
(1825)
Aleksander Púchkin, em "Poesias escolhidas"
Tradução de José Casado
Charles Courtney Curran, Among the Hollyhocks, 1904
A uva
Não choro, finda a primavera
ligeira, a rosa que definha,
pois, maturando numa vinha
ao pé do monte, a uva me espera:
primor do vale viridente,
deleite do dourado outono,
tão diáfana e tão longo como
os dedos de uma adolescente.
(1824)
A dama de espadas: prosa e poemas.
Tradução de Boris Schnaiderman e Nelson Ascher
Sem comentários:
Enviar um comentário