segunda-feira, 2 de agosto de 2021

"Sophia de Mello Breyner Andresen" - Poema de Adelina Barradas de Oliveira


 
Charles Conder (1868-1909, Australian), A holiday at Mentone, 1888


Sophia de Mello Breyner Andresen


Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes

Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes...
e calma
 
2009 
 (Juíza Desembargadora)
 
[Este poema, que se tornou viral, foi falsamente atribuído a Sophia de Mello Breyner Andresen com o título "O mar dos meus olhos". O texto original foi publicado no blogue Cleopatra Moon, onde a juíza Adelina Barradas de Oliveira costuma partilhar os seus escritos.]
 
 
Charles Conder, The hot sands, Mustapha, Algiers, 1891
 

Amar é um elo
entre o azul
e o amarelo.
 
 
 
Charles Conder, The Beach at Ambleteuse, c. 1900

 
Na ressaca da maré
pequenas conchas brilhantes
matizadas com pétalas de trevo.
 
Matsuo Bashō (1644-1694) 
Tradução de Casimiro de Brito
 

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