George Henry Boughton, Weeding the Pavement, 1882
Portugal está a atravessar a pior crise
Que fazer? Que esperar? Portugal tem atravessado crises igualmente más: - mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje, crédito não temos, dinheiro também não - pelo menos o Estado não tem: - e homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela Política. De sorte que esta crise me parece a pior - e sem cura.
Eça de Queirós, in' Correspondência (1891)
Eça de Queirós
José Maria de Eça de Queirós (Póvoa de Varzim, 25 de novembro de 1845 — Paris, 16 de agosto de 1900) foi um dos maiores escritores portugueses e simultaneamente um dos maiores pensadores. Foi autor, entre outros romances de reconhecida importância, de “Os Maias” e “O crime do Padre Amaro”; este último é considerado por muitos o melhor romance realista português do século XIX.
Retratou como ninguém a sociedade e a psicologia dos portugueses, num estilo irónico e humorístico único, presente nos seus romances, crónicas e correspondência. Mais radical nos seus primeiros escritos, mais conservador nos últimos, em todos grassa uma actualidade e uma acutilância que continua a surpreender passados mais de cem anos sobre a sua morte.
A visão e crítica de Eça de Queirós sobre os costumes em geral, e os portugueses em particular, continua surpreendentemente válida nos dias de hoje, provando que a evolução é pouco mais que um conjunto de progressos técnicos, e que as características do povo português, em todos os aspectos da sociedade, se mantêm praticamente iguais.
George Henry Boughton,The Town of Doorn, North Holland
(also known as A Dead City of the Zuider Zee, Holland)
"O homem que não tem a música dentro de si e que não se emociona com um concerto de doces acordes é capaz de traições, de conjuras e de rapinas." - William Shakespeare
Sem comentários:
Enviar um comentário