Edward Hopper, New York Interior, c. 1921, Whitney Museum of American Art.
Abrigo
Presa da chuva corre a prostituta,
corre presa,
e em frente é a porta aberta do palácio que lhe acena.
Mas à entrada,
o resto duma sereia emerge do escuro,
e um lobo acorda do sono dum tapete,
com uma risonha flor nos dentes,
que a uma claridade subterrânea
o palácio está sem teto,
suas paredes transparecem,
todo ele é uma poça de água cintilando!
Fora,
uma lira de chuva num deserto
acena à prostituta…
Edmundo Bettencourt, Poemas Surdos
Assírio & Alvim, 1981.
Abrigo
Presa da chuva corre a prostituta,
corre presa,
e em frente é a porta aberta do palácio que lhe acena.
Mas à entrada,
o resto duma sereia emerge do escuro,
e um lobo acorda do sono dum tapete,
com uma risonha flor nos dentes,
que a uma claridade subterrânea
o palácio está sem teto,
suas paredes transparecem,
todo ele é uma poça de água cintilando!
Fora,
uma lira de chuva num deserto
acena à prostituta…
Edmundo Bettencourt, Poemas Surdos
Assírio & Alvim, 1981.
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