Enrique Casanova (Pintor aguarelista espanhol, 1853- 1927), Cascais, 1909
Tristeza
O sol do outono, as folhas a cair,
A minha voz baixinho soluçando,
Os meus olhos, em lágrimas, beijando
A terra, e o meu espírito a sorrir…
Eis como a minha vida vai passando
Em frente ao seu Fantasma… E fico a ouvir
Silêncios da minh’alma e o ressurgir
De mortos que me foram sepultando…
E fico mudo, extático, parado
E quase sem sentidos, mergulhando
Na minha viva e funda intimidade…
Só a longínqua estrela em mim atua…
Sou rocha harmoniosa à luz da lua,
Petrificada esfinge de saudade…
Sem comentários:
Enviar um comentário