Francisco Miralles y Galup or Francesc Miralles i Galaup (Spanish, 1848–1910),
Young People in a Parisian Garden, 1881
Solidão
Cai chuva, chora.
Chora, chora.
Solidão, solidão!
Já não canta o pássaro.
Calou-se a voz, a alegre, a rara.
A que se ouvia solitária.
Cai chuva.
Não sou freira e estou num convento.
A paz, o silêncio, a chuva, os claustros...
Ser freira!
O sequestro, cantar, rezar.
Cai chuva, rude e sem dor.
Tu não choras.
Sou eu que choro.
Que é do pássaro, como cantava?
Voltou, voltou. Pia!
Bendito pássaro, onde estás?
Acompanha-me, já não chove.
Solidão, melancolia.
Chora, chora.
Solidão, solidão!
Já não canta o pássaro.
Calou-se a voz, a alegre, a rara.
A que se ouvia solitária.
Cai chuva.
Não sou freira e estou num convento.
A paz, o silêncio, a chuva, os claustros...
Ser freira!
O sequestro, cantar, rezar.
Cai chuva, rude e sem dor.
Tu não choras.
Sou eu que choro.
Que é do pássaro, como cantava?
Voltou, voltou. Pia!
Bendito pássaro, onde estás?
Acompanha-me, já não chove.
Solidão, melancolia.
in 'Outono Havias de Vir'
Francisco Miralles y Galup, Street Scene on a Rainy Day, c. 1891"O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós."
"l'important n'est pas ce que l'on a fait de nous mais ce que nous faisons nous-mêmes de ce qu'on a fait de nous."
Jean-Paul Sartre (Nobel de Literatura, 1964),
in Saint Genet, comédien et martyr, Gallimard, 1952, p. 55
Sem comentários:
Enviar um comentário