Harald Slott-Møller (Danish painter and ceramist, 1864–1937), Midsummer's Eve, 1904
Crepúsculo
Alada, corta o espaço uma estrela cadente.
As folhas fremem. Sopra o vento. A sombra avança.
Paira no ar um langor de mística esperança
E de doçura triste, inexprimivelmente.
À surdina da luz irrompe, de repente,
O coro vesperal das cigarras. E mansa,
E marmórea, no céu, curvo e claro, balança
Entre nuvens de opala, a concha do crescente.
Na alma, como na terra, a noite nasce. É quando,
Da recôndita paz das horas esquecidas,
Vão, ao luar da saudade, os sonhos acordando...
E, na torre do peito, em plácidas batidas,
Melancolicamente, o coração pulsando,
Plange o réquiem de amor das ilusões perdidas.
Martins Fontes (1884–1937), in Verão, 1917
Alada, corta o espaço uma estrela cadente.
As folhas fremem. Sopra o vento. A sombra avança.
Paira no ar um langor de mística esperança
E de doçura triste, inexprimivelmente.
À surdina da luz irrompe, de repente,
O coro vesperal das cigarras. E mansa,
E marmórea, no céu, curvo e claro, balança
Entre nuvens de opala, a concha do crescente.
Na alma, como na terra, a noite nasce. É quando,
Da recôndita paz das horas esquecidas,
Vão, ao luar da saudade, os sonhos acordando...
E, na torre do peito, em plácidas batidas,
Melancolicamente, o coração pulsando,
Plange o réquiem de amor das ilusões perdidas.
Martins Fontes (1884–1937), in Verão, 1917
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