William Glackens (American realist painter, 1870 - 1938), Family Group, 1911
Poema da hora exata
Há de soar para nós, uma hora exata
uma hora feita de silêncios,
onde jamais serão permitidas
as interrogações e os porquês.
Há de cair, numa hora que há de vir,
sobre as nossas almas fatigadas,
esta paz interior, esta calmaria suave,
que não encontraremos nunca dentro do mundo.
Por entre as brumas do desconhecido,
nós abriremos os olhos extáticos,
como se saíssemos de um sonho
e entrássemos na realidade,
numa vida onde todos se entendam,
onde sejamos verdadeiramente irmãos.
Dentro do silêncio da Morte,
é que encontraremos a paz desejada,
numa hora para nós imprevisível,
quando as sombras da noite
caírem sobre as nossas figuras inúteis.
Anilda Leão, em "Chão de pedras",
Maceió: Caetés, 1961.
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