Harold Gilman (1876–1919), Mother and Child, 1918
Filha
para Luísa
A menina que, em sustos,
vejo crescer depressa,
que nutro com meus nervos
e que descubro falar, e ser,
me veio de um imemorial
naufrágio
em que perecemos eu e ele:
pequena pérola do pior.
Como o traço oblíquo de luz
riscado sobre uma tela
de nuvens branco-cinza,
figura, tornado agora visível,
o sutil equilíbrio instável
entre dois planos.
em "A vida espiralada".
Rio de Janeiro: Editora Caetés, 1999.
Harold Gilman, Self-portrait, c. 1910
"Sejam quais forem os resultados com êxito ou não,
o importante é que no final cada um possa dizer: fiz o que pude."
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