Juan Manuel Blanes (Pintor uruguaio, 1830-1901), Un episodio de la fiebre amarilla
en Buenos Aires, 1871, óleo sobre tela, Museo Nacional de Artes Visuales.
O poder das palavras em tempo de peste
O poder das palavras em tempo de peste
As palavras o que podem? Se pesam
demais e vão além do que é preciso,
ofendem a subtileza e lesam
o valor do que deve ser conciso.
Se ficam aquém do que é necessário
e dizem menos do que foi sentido,
se o pensamento dito sai precário,
todo o esforço de dizer foi perdido.
Face a uma grande calamidade,
dilúvio, peste, fome ou guerra,
as palavras perdem vitalidade
e tremem do mal que assola a terra.
As palavras podem só o que podem
e sugerem, das nossas emoções,
uma leve sombra – e mal acodem
ao tumulto das nossas aflições.
Porém, as palavras são o que temos
e só com elas ao nosso dispor
iremos fazer o que podemos:
dar ao nosso mundo alguma cor.
Eugénio Lisboa, in “Poemas em Tempo de Peste”
demais e vão além do que é preciso,
ofendem a subtileza e lesam
o valor do que deve ser conciso.
Se ficam aquém do que é necessário
e dizem menos do que foi sentido,
se o pensamento dito sai precário,
todo o esforço de dizer foi perdido.
Face a uma grande calamidade,
dilúvio, peste, fome ou guerra,
as palavras perdem vitalidade
e tremem do mal que assola a terra.
As palavras podem só o que podem
e sugerem, das nossas emoções,
uma leve sombra – e mal acodem
ao tumulto das nossas aflições.
Porém, as palavras são o que temos
e só com elas ao nosso dispor
iremos fazer o que podemos:
dar ao nosso mundo alguma cor.
Eugénio Lisboa, in “Poemas em Tempo de Peste”
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