António Ramalho ou Ramalho Júnior (Barqueiros, 1859 — Figueira da Foz, 1916),
Torre dos Clérigos, Porto, Portugal, s.d.
Uma Cidade
Uma cidade pode ser
apenas um rio, uma torre, uma rua
com varandas de sal e gerânios
de espuma. Pode
ser um cacho
de uvas numa garrafa, uma bandeira
azul e branca, um cavalo
de crinas de algodão, esporas
de água e flancos
de granito.
apenas um rio, uma torre, uma rua
com varandas de sal e gerânios
de espuma. Pode
ser um cacho
de uvas numa garrafa, uma bandeira
azul e branca, um cavalo
de crinas de algodão, esporas
de água e flancos
de granito.
Uma cidade
pode ser o nome
dum país, dum cais, um porto, um barco
de andorinhas e gaivotas
ancoradas
na areia. E pode
ser
um arco-íris à janela, um manjerico
de sol, um beijo
de magnólias
ao crepúsculo, um balão
aceso
numa noite
de junho.
Uma cidade pode ser
um coração,
um punho.
Albano Martins, in "Castália e Outros Poemas",
Campo das Letras, 2001
António Monteiro Ramalho Júnior, pintor português, discípulo de Silva Porto, nasceu em 1858, em Barqueiros, no seio de uma família pobre, e foi muito novo para o Porto, onde trabalhou numa marcenaria, aproveitando os tempos livres para pintar.
Notabilizou-se por quadros de temática realista, onde abundam as paisagens marítimas e os retratos de mulheres e crianças. Entre as obras mais relevantes estão O Lanterneiro e o Retrato de D. Helena Pinto de Miranda.
Enquanto decorador, salientam-se as pinturas feitas para o Palácio Sotto Mayor na Figueira da Foz, os tetos do Teatro Garcia de Orta, em Évora, e a abóbada do Palácio da Bolsa, no Porto.
Ilustrou também páginas da Crónica Ilustrada. Faleceu em 1916. (daqui)
Notabilizou-se por quadros de temática realista, onde abundam as paisagens marítimas e os retratos de mulheres e crianças. Entre as obras mais relevantes estão O Lanterneiro e o Retrato de D. Helena Pinto de Miranda.
Enquanto decorador, salientam-se as pinturas feitas para o Palácio Sotto Mayor na Figueira da Foz, os tetos do Teatro Garcia de Orta, em Évora, e a abóbada do Palácio da Bolsa, no Porto.
Ilustrou também páginas da Crónica Ilustrada. Faleceu em 1916. (daqui)
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