Uma nova Obra Poética de Sophia de Mello Breyner Andresen, que inclui "uma parte com vários poemas inéditos", é publicada no dia 08 de maio, anunciou hoje a editora Assírio & Alvim.
Em comunicado, a chancela do Grupo Porto Editora afirma que "o livro que reúne toda a poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen, seguindo e atualizando os critérios de fixação de texto adotados nas edições anteriores, graças ao cuidado trabalho de Maria Andresen Sousa Tavares e Carlos Mendes de Sousa, que assinam, respetivamente, o prefácio e a nota de edição".
O novo volume "inclui ainda uma parte com vários poemas inéditos que integram o espólio da autora, em depósito na Biblioteca Nacional de Portugal", lê-se na mesma nota.
Segundo afirma no prefácio Maria Andresen Sousa Tavares, há "poetas mais peritos, mais cultistas, mais destros e liricamente sofisticados, mais modernos, mais antimodernos e pós-modernos, melhores pensadores. Mas aqui há uma força. Uma força muito raramente atingida. Há o vislumbre de um excesso não muito cauteloso, umas vezes iluminado, outras vezes rouco (`às vezes luminoso outras vezes tosco`)".
"Mas há, sobretudo, o poder de uma simplicidade difícil de enfrentar, por vezes inconfortável, não pela dificuldade conceptual, mas porque a simplicidade é a coisa mais complexa e, neste caso, a mais difícil, porque nem sempre oferece o flanco ao diálogo, quando busca o `dicível` do esplendor e do terror", acrescenta Maria Sousa Tavares.
Em outubro de 2012, a Porto Editora editou o conto inédito incompleto de Sophia de Mello Breyner Andresen "Os ciganos", que o neto Pedro Sousa Tavares terminou.
Falecida aos 84 anos, em julho de 2004, Sophia de Mello Breyner Andresen foi autora de vários livros de poesia, entre os quais "O nome das coisas" e "Coral", de obras de ensaio, designadamente "O nu na Antiguidade Clássica", de contos, como "Histórias da terra e do mar", de ficção infantil, em que se conta "A fada Oriana", "Noite de natal", "A menina do mar", e também de teatro, "O colar". Traduziu vários autores.
Sophia de Mello Breyner Andresen foi a segunda mulher a ter honras de Panteão Nacional, como forma de homenagear "a escritora universal, a mulher digna, a cidadã corajosa, a portuguesa insigne", e de evocar o seu exemplo de "fidelidade aos valores da liberdade e da justiça", conforme se lê no projeto de resolução da Assembleia da República.
Em 2014, o parlamento aprovou por unanimidade a concessão de honras de Panteão Nacional à escritora, que foi também deputada à Assembleia Constituinte, em 1975-1976.
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