Damião Martins (Pintor cubista brasileiro desde 1978), Colheita de laranjas, s. d.
A laranja que escolheste
A laranja que escolheste
Não era a melhor que havia.
Também o amor que me deste
Qualquer outra mo daria.
s.d.
Fernando Pessoa, Quadras ao Gosto Popular.
Lisboa: Ática, 1965. (6ª ed., 1973).
O meu pomar
Se eu tivesse um pomar, um pequeno pomar que fosse, não lhe poria grades à roda, como os outros proprietários. Não poria, a guardá-lo, um desses cães enormes, rancorosos, que andam sempre rondando os pomares...
O meu pomar seria assim: todo aberto, para todos. E, quando o outono chegasse e as árvores ficassem cheias de frutos amarelos e vermelhos, nenhum pobrezinho teria fome, nenhuma criança choraria de sede, passando pelo meu pomar...
E, no inverno, ainda haveria lá onde alguém se abrigasse, quando chovesse muito ou fizesse muito frio...
E se eu tivesse um pomar, ele estaria sempre em festa, cheio de borboletas e de pássaros...
Como eu seria feliz, se tivesse um pomar!
Se eu tivesse um pomar, um pequeno pomar que fosse, não lhe poria grades à roda, como os outros proprietários. Não poria, a guardá-lo, um desses cães enormes, rancorosos, que andam sempre rondando os pomares...
O meu pomar seria assim: todo aberto, para todos. E, quando o outono chegasse e as árvores ficassem cheias de frutos amarelos e vermelhos, nenhum pobrezinho teria fome, nenhuma criança choraria de sede, passando pelo meu pomar...
E, no inverno, ainda haveria lá onde alguém se abrigasse, quando chovesse muito ou fizesse muito frio...
E se eu tivesse um pomar, ele estaria sempre em festa, cheio de borboletas e de pássaros...
Como eu seria feliz, se tivesse um pomar!
Cecília Meireles, "Criança meu amor"

Cecília Meireles, "Criança meu amor"
Editora: GLOBAL - 3ª edição
Editora: GLOBAL - 3ª edição
Sinopse
O livro Criança, meu amor… é uma coletânea de textos dirigidos, sobretudo, às crianças. Nesta obra, publicada pela primeira vez em 1924, Cecília Meireles, proporciona aos leitores a alquimia do imaginário, do humor e da fantasia. Bonequinha, bonequinha/ Dorme, dorme sossegada/ Dorme, dorme filha minha! Bonequinha muito amada,/ Oxalá que embalem crianças/Como tu és embalada!… De forma singela e em doses precisas, a autora revaloriza a noção de brinquedo, discorre sobre bondade, respeito e amor ao trabalho, à natureza e ao próximo. Por ter sido professora, Cecília emprega com sabedoria sua sensibilidade pedagógica a ponto de permitir que sua obra seja sempre atual, independentemente da época. Por essa razão, Criança, meu amor… vem encantando várias gerações de leitores. (daqui)
O livro Criança, meu amor… é uma coletânea de textos dirigidos, sobretudo, às crianças. Nesta obra, publicada pela primeira vez em 1924, Cecília Meireles, proporciona aos leitores a alquimia do imaginário, do humor e da fantasia. Bonequinha, bonequinha/ Dorme, dorme sossegada/ Dorme, dorme filha minha! Bonequinha muito amada,/ Oxalá que embalem crianças/Como tu és embalada!… De forma singela e em doses precisas, a autora revaloriza a noção de brinquedo, discorre sobre bondade, respeito e amor ao trabalho, à natureza e ao próximo. Por ter sido professora, Cecília emprega com sabedoria sua sensibilidade pedagógica a ponto de permitir que sua obra seja sempre atual, independentemente da época. Por essa razão, Criança, meu amor… vem encantando várias gerações de leitores. (daqui)
"Na laranja e na couve
picada – as cores brasileiras
da feijoada."
(Poeta brasileiro, 1928 - 2012)
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