Ser ou não Ser
Hamlet: Ser ou não ser, essa é a questão: será mais nobre suportar na mente as flechadas da trágica fortuna, ou tomar armas contra um mar de obstáculos e, enfrentando-os, vencer? Morrer — dormir, nada mais; e dizer que pelo sono se findam as dores, como os mil abalos inerentes à carne — é a conclusão que devemos buscar. Morrer — dormir; dormir, talvez sonhar — eis o problema: pois os sonhos que vierem nesse sono de morte, uma vez livres deste invólucro mortal, fazem cismar. Esse é o motivo que prolonga a desdita desta vida.
William Shakespeare, in "Hamlet"
Carlos Saramago, "Moulin Rouge"
“Os sonhos são as manifestações não falsificadas da atividade criativa inconsciente.”
(Carl Jung)
Carlos Saramago, "Vórtice para onde tudo escorre"
“Sonhos são realizações de desejos ocultos e são ferramenta que busca equilíbrio pela compensação. É o meio de comunicação do inconsciente com o consciente.”
(Carl Jung)
Carlos Saramago, "Devaneio ao seio"
“Onde reina o amor, não há vontade de poder, e onde domina o poder, falta o amor.
Um é a sombra do outro.”
(Carl Jung)
(Carl Jung)
Carlos Saramago, "Criação da ideia"
"O ego é dotado de um poder, de uma força criativa, conquista tardia da humanidade,
a que chamamos vontade."
(Carl Jung)
(Carl Jung)
Carlos Saramago, "Vou fazer a viagem com prazeres"
"Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta."
(Carl Jung)
Carl Gustav Jung
Psiquiatra suíço, Carl Gustav Jung nasceu em Kesswil, na Suíça,
a 26 de julho de 1875 e veio a falecer em junho de 1961.
Fez os seus
estudos de Medicina em Basileia, orientando-se para a psiquiatria; foi
convidado a ensinar na Universidade de Zurique, mas preferiu
consagrar-se, enquanto analista, à sua clientela e às pesquisas no
âmbito da psicologia, da mitologia e da linguística. Só mais tarde viria
a assumir alguns cursos, na Escola Politécnica de Zurique e na
Faculdade de Medicina de Basileia, durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 1904, criava em Zurique
um laboratório de Psicopatologia experimental e interessava-se pelos
trabalhos de Freud no domínio da histeria e dos sonhos. Entre os dois
constrói-se uma amizade que se irá romper com as dúvidas expressas por
Jung em relação ao papel representado pela sexualidade no
desenvolvimento do psiquismo e com a atitude de Freud para com a
psicologia e a mitologia comparada. A rutura torna-se evidente com a
publicação de Wandlungen und Symbole der Libido (Metamorfoses e Símbolos da Libido
- 1912).
Entretanto a atividade científica propriamente dita de Jung
começara em 1903 com as experiências sobre associações e publica Diagnostisch Assoziations-Studien (Estudos Diagnósticos sobre as Associações). Entre 1913 e 1917 interroga-se sobre o inconsciente, introduzindo a noção de inconsciente coletivo em Tipos Psicológicos
(1920), que se pode definir como a acumulação das experiências
milenárias da humanidade e que se exprime sob a forma de arquétipos, ou
seja, conteúdos coletivos que aparecem nas produções culturais de um
povo (mitos, contos, cosmogonias) e que encontram eco no imaginário
individual.
A sua terapia pretende ligar a pessoa às suas raízes,
segundo as prioridades reveladas pela análise dos sonhos. Jung contrapõe
à pulsão de vida e à pulsão de morte freudianas a sede de absoluto que
habita o homem. A sua "psicologia das profundezas" inaugura-se com O Comentário do Mistério da Flor de Ouro (Das Geheimnis der Goldenen Blüte - 1929), e a partir daí explora a filosofia oriental e a alquimia.
Com Psicologia e Alquimia (Psychologie und Alchimie
- 1944) passa a aprofundar o seu interesse pela etnologia e a filosofia
das religiões. Para os seus trabalhos comparativos faz diversas
estadias no Norte de África, nos Índios Pueblos, no Quénia, no Uganda e na Índia.
Nos últimos anos de vida retirou-se na sua casa de campo em Bollingen,
elaborando em colaboração com Aniélla Jaffé uma biografia intitulada Erinnerungen, Träume, Gedanken,
que estabelece todo o seu percurso - como ele próprio refere,
"empreendi hoje, com 83 anos, a tarefa de contar o mito da minha vida". (Daqui)
Sem comentários:
Enviar um comentário