O Verão estala por todos os poros
O Verão estala por todos os poros
da casca das árvores,
da língua dos cães,
das asas das cigarras,
do bico do peito das mulheres
tão acerado
que rasga o céu de calor
com um golpe preciso
de lanceta.
Quatro Andamentos (1964)
In Obra Poética
Lisboa, Caminho, 1988
«Não posso ver, hoje, a fome crescente e a chacina entre nações sem comoção. E a emoção pelos seres, pelos outros, pela natureza, pelo Cosmos, gera o poema.»
Sem comentários:
Enviar um comentário