O papão
As crianças têm medo à noite, às horas mortas,
Do papão que as espera, hediondo, atrás das portas,
Para as levar no bolso ou no capuz dum frade.
Não te rias da infância, ó velha humanidade,
Que tu também tens medo ao bárbaro papão,
Que ruge pela boca enorme do trovão,
Que abençoa os punhais sangrentos dos tiranos,
Um papão que não faz a barba há seis mil anos,
E que mora, segundo os bonzos têm escrito,
Lá em cima, detrás da porta do infinito!
Do papão que as espera, hediondo, atrás das portas,
Para as levar no bolso ou no capuz dum frade.
Não te rias da infância, ó velha humanidade,
Que tu também tens medo ao bárbaro papão,
Que ruge pela boca enorme do trovão,
Que abençoa os punhais sangrentos dos tiranos,
Um papão que não faz a barba há seis mil anos,
E que mora, segundo os bonzos têm escrito,
Lá em cima, detrás da porta do infinito!
"O medo é um microscópio que aumenta o perigo."
Hiroshi Furuyoshi, Campbell, 2014. Horror vacui (art)
Horror Vacui
O termo Horror Vacui (horror ao vácuo ou o medo do vazio) remonta ao filósofo grego Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) que o usou para descrever o fenómeno de que a natureza não conhece vácuo “a natureza tem horror ao vácuo”.
Mario Praz (1896–1982, crítico de arte italiano) usou o termo pela primeira vez para descrever o uso excessivo de representações ou ornamentos na arte durante a Era vitoriana.
Horror Vacui é a tendência de um artista preencher uma superfície inteira com detalhes, sem deixar espaço em branco. Linhas, traços,
curvas e imagens ocupam, carregam, tornam o espaço cheio, repleto,
maciço, apinhado, opressivo.
Como traço estético, a história da arte está repleta de páginas acerca
de sua origem céltica, islâmica, bizantina ou mesmo viking.
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