Albert Chevallier Tayler (English, 1862–1925), Mirror, 1914
Olha-me rindo uma criança
Olha-me rindo uma criança
E a minha alma madrugou.
Tenho razão, tenho esperança
Tenho o que nunca me bastou.
Bem sei. Tudo isto é um sorriso
Que é nem sequer sorriso meu.
Mas para meu não o preciso
Basta-me ser de quem mo deu.
Breve momento em que um olhar
Sorriu ao certo para mim…
És a memória de um lugar,
Onde já fui feliz assim.
Fernando Pessoa,
in Poesia 1918-1930, Assírio & Alvim,
ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria de Freitas, Madalena Dine, 2005
Coleção: Obras de Fernando Pessoa
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