Albert Edelfelt (Finnish-Swedish painter, 1854-1905), Women Outside the Church at Ruokolahti
or Women of Ruokolahti on the Church Hill, 1887, Ateneum, Helsinki.
or Women of Ruokolahti on the Church Hill, 1887, Ateneum, Helsinki.
Ámen
Em círculo,
estão os círios e as candeias,
nas aldeias de novembro elas também estão
em círculo,
as mães que fecham a escuridão.
Às vezes a neve cai sobre as palavras que
os anjos aprenderam no bosque noturno e
então abre-se como um livro a casa de luzes
vermelhas,
acendendo, num porto antigo, os olhos
profundos do abismo e da desolação.
Rezamos em silêncio e os sinos dobram e
na curva da colina
já se avista o cortejo da música.
Não podemos entrar.
Não há lugar aqui para as rosas do pai,
inúteis, magoadas pelo furor das nossas mãos.
A mortalha arrefece.
Arrefecem longamente as estrelas que um
dia vi sobre os jardins. Sem regresso
estão os cisnes parados, quando a neve cai.
Em círculo,
estão os círios e as candeias,
nas aldeias de novembro elas também estão
em círculo,
as mães que fecham a escuridão.
Às vezes a neve cai sobre as palavras que
os anjos aprenderam no bosque noturno e
então abre-se como um livro a casa de luzes
vermelhas,
acendendo, num porto antigo, os olhos
profundos do abismo e da desolação.
Rezamos em silêncio e os sinos dobram e
na curva da colina
já se avista o cortejo da música.
Não podemos entrar.
Não há lugar aqui para as rosas do pai,
inúteis, magoadas pelo furor das nossas mãos.
A mortalha arrefece.
Arrefecem longamente as estrelas que um
dia vi sobre os jardins. Sem regresso
estão os cisnes parados, quando a neve cai.
Assítio & Alvim, edição/reimpressão:
04-1998.
["Agora e na Hora da Nossa Morte" é um livro-duelo com Deus. José Agostinho Baptista escreveu-o secretamente enquanto assistia à morte de uma pessoa amada. Nunca a sua poesia foi tão arriscada e íntima.] (daqui)
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