Balada do país que dói
O barco vai
o barco vem
português vai
português vem
o corpo cai
o corpo dói
português vai
português cai
o barco vai
o barco vem
português vai
português vem
o país cai
o país dói
o tempo vai
o tempo dói
português cai
português vai
português sai
português dói
"Antologia da poesia experimental portuguesa:
Anos 60 - Anos 80", organizada por
Carlos Mendes de Sousa e Eunice Ribeiro
Editor: Angelus Novus, abril de 2005
Anos 60 - Anos 80", organizada por
Carlos Mendes de Sousa e Eunice Ribeiro
Editor: Angelus Novus, abril de 2005
[Autores representados: Abílio-José Santos, Alexandre O’Neill, Álvaro Neto, Ana Hatherly, António Aragão, E. M. de Melo e Castro, José-Alberto Marques, Luiza Neto Jorge, Salette Tavares, Silvestre Pestana, António Barros, Fernando Aguiar, Antero de Alda, António Dantas, António Nelos, Armando Macatrão, César Figueiredo, Emerenciano, Gabriel Rui Silva.]
SINOPSE
A partir de meados do séc. XX, assiste-se por todo o mundo — da Europa à América e ao Japão — a um surto ininterrupto de experimentalismos. Configurando-se genericamente como poéticas do significante, as poéticas experimentais maximizam as qualidades sensíveis do material sígnico, com especial ênfase para a sua dimensão visual e plástica.
Em Portugal, a publicação dos cadernos de Poesia Experimental 1 e 2 (em 1964 e 1966) constitui historicamente o marco desencadeador das práticas poéticas experimentais. Esta primeira fase do experimentalismo português, em que se destacam ainda as revistas Operação e Hidra, período áureo que coincide praticamente com toda a década de 60, em pleno regime ditatorial, instigou um tipo de postura esteticamente tolerante e "aberta" que por si funcionava já como um gesto urgente de rutura.
A década de 70, e muito em especial o período pós-revolucionário da grande "explosão de visualismo" popular, distingue-se por um intenso movimento editorial e por uma rápida evolução das práticas experimentais em direção a novas poéticas tridimensionais e a uma poesia de ação que pressupunha a dinamização de suportes e materiais muito mais vastos do que os exigidos pelo poema circunscrito ao espaço da página: instalações e intervenções poéticas, criação de filmes experimentais e primeiras incursões no domínio da poesia cibernética.
Uma decisiva expansão e diversificação das práticas experimentalistas portuguesas, com destaque para a crescente intervenção da tecnologia e para a multiplicação de ações poéticas, ocorre nos anos 80. Apresentam-se agora propostas muito diversificadas no domínio da poesia visual, da poesia sonora, da poesia-objeto, da poesia holográfica, da videopoesia e da poesia de computador, da instalação poética, em simultâneo com várias intervenções e performances. (daqui)
Em Portugal, a publicação dos cadernos de Poesia Experimental 1 e 2 (em 1964 e 1966) constitui historicamente o marco desencadeador das práticas poéticas experimentais. Esta primeira fase do experimentalismo português, em que se destacam ainda as revistas Operação e Hidra, período áureo que coincide praticamente com toda a década de 60, em pleno regime ditatorial, instigou um tipo de postura esteticamente tolerante e "aberta" que por si funcionava já como um gesto urgente de rutura.
A década de 70, e muito em especial o período pós-revolucionário da grande "explosão de visualismo" popular, distingue-se por um intenso movimento editorial e por uma rápida evolução das práticas experimentais em direção a novas poéticas tridimensionais e a uma poesia de ação que pressupunha a dinamização de suportes e materiais muito mais vastos do que os exigidos pelo poema circunscrito ao espaço da página: instalações e intervenções poéticas, criação de filmes experimentais e primeiras incursões no domínio da poesia cibernética.
Uma decisiva expansão e diversificação das práticas experimentalistas portuguesas, com destaque para a crescente intervenção da tecnologia e para a multiplicação de ações poéticas, ocorre nos anos 80. Apresentam-se agora propostas muito diversificadas no domínio da poesia visual, da poesia sonora, da poesia-objeto, da poesia holográfica, da videopoesia e da poesia de computador, da instalação poética, em simultâneo com várias intervenções e performances. (daqui)
Guilherme Filipe (Pintor português, 1897 - 1971), Nazaré, 1943
Epígrafe
"As únicas coisas eternas são as nuvens."
Mário Quintana, in "Sapato Florido"
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