Akseli Gallen-Kallela (Finnish painter, 1865-1931),
Mary Sewing on the Veranda of Kalela, 1897.
Soneto Azul
Quando desperto mansamente agora
é toda um sonho azul minha janela
e nela ficam presos estes olhos,
amando-te no céu que faz lá fora.
Tu me sorris em tudo, misteriosa...
e a rua que – tal como outrora – desço,
a velha rua, eu mal a reconheço
em sua graça de menina-moça...
Riso na boca e vento no cabelo,
delas vem vindo um bando... E ao vê-lo
por um acaso olha-me a mais bela.
Sabes, eu amo-te a perder de vista...
e bebo, então, com uma saudade louca,
teu grande olhar azul nos olhos dela!
Mário Quintana,
"Baú de Espantos" – Editora Globo, RJ, 1988
é toda um sonho azul minha janela
e nela ficam presos estes olhos,
amando-te no céu que faz lá fora.
Tu me sorris em tudo, misteriosa...
e a rua que – tal como outrora – desço,
a velha rua, eu mal a reconheço
em sua graça de menina-moça...
Riso na boca e vento no cabelo,
delas vem vindo um bando... E ao vê-lo
por um acaso olha-me a mais bela.
Sabes, eu amo-te a perder de vista...
e bebo, então, com uma saudade louca,
teu grande olhar azul nos olhos dela!
Mário Quintana,
"Baú de Espantos" – Editora Globo, RJ, 1988
"Não esquecer que as nuvens estão improvisando sempre, mas a culpa é do vento."
Mário Quintana, in "Sapato Florido"
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