Mother with her young daughter, 1865.
Músicas
Desculpo-me dos outros com o sono da minha filha.
E deito-me a seu lado,
a cabeça em partilha de almofada.
Os sons dos outros lá fora em sinfonia
são violinos agudos bem tocados.
Eu é que me desfaço dos sons deles
e me trabalho noutros sons.
Bartók em relação ao resto.
A minha filha adormecida.
Subitamente sonho-a não em desencontro como eu
das coisas e dos sons, orgulhoso
e dorido Bartók.
Mas nunca como eles
bem tocada
por violinos certos.
Ana Luísa Amaral, in 'Minha Senhora de Quê',
Fora do Texto, 1990; reed., Quetzal, 1999.
SINOPSE
A obra "Minha Senhora de Quê" de Ana Luísa Amaral (1956-2022), publicada originalmente em 1990, é uma coleção de poemas que explora temas como identidade, linguagem, tradição poética e a relação da mulher com o mundo.
Ana Luísa Amaral não se limita a repetir fórmulas poéticas, mas questiona e reinventa a linguagem, utilizando-a de forma inovadora para expressar a sua visão do mundo.
A obra destaca-se pela sua frescura e originalidade, estabelecendo um
diálogo constante com outros poetas e com a própria poesia.
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