sexta-feira, 5 de outubro de 2012

"A Arte" - Texto de Eça de Queirós


 

A Arte

 
«Mas Gorjão ultimamente desprezava todas essas ideias: achava-as imorais. A arte, segundo ele, devia educar pela representação das acções justas - e não pela exposição de luxos corruptores (...).
Vítor encontrou-o desenhando à luz de um candeeiro de petróleo, coberto com um abat-jour verde, que fazia cair uma luz crua sobre uma larga folha de papel, riscado de grossos traços confusos de craião (...).
A arte não era senão isto - uma força da natureza: e como tal devia ser aproveitada em proveito da civilização (...).
A arte deve ser essencialmente revolucionária. Um quadro deve ser um livro: deve ser um panfleto: deve ser um artigo de jornal. E tudo isto meu amigo, num processo de pintura novo: nada do acabado, do estudado, do amaneirado, do trabalhado da pintura de luxo, da decoração. Não, não. A pintura não é nada - a ideia é tudo. Traços largos, sombras indicadas, tons sóbrios, que dêem a impressão exata da realidade. Pif, paf - e dava grandes pinceladas no ar - a expressão! A expressão é tudo! Com três borrões de tinta pinto-te um agiota». 

 Eça de Queirós, in Tragédia da Rua das Flores, c. 1878 (ed. 1980).


Galeria de Frederick Leighton
Frederic Leighton, Self-Portrait, 1880


Frederic Leighton, (03 de dezembro de 1830 - 25 de Janeiro de 1896), conhecido como Sir Frederic Leighton, foi um famoso pintor e escultor Inglês que retratou obras bíblicas, temas históricos e grandes clássicos, entre outros.
Frederic Leighton nasceu em Scarborough e foi educado na University College School, de Londres. Aos 24 anos foi estudar para a Accademia di Belle Arti na Florença. Entre 1855 e 1859, em Paris, conheceu Ingres, Delacroix, Corot e Millet. Em 1860 mudou-se para Londres, associando-se aos pré-rafaelitas. Em 1864 tornou-se um associado da Royal Academy e em 1878 tornou-se seu presidente. Em 1896, Frederic Leighton foi o primeiro pintor a receber um título de nobreza  tornando-o Barão de Stretton em Shropshire, mas no dia seguinte morreu de angina de peito.
Frederic Leighton, além de ser a principal figura na arte Inglesa, na segunda metade do século XIX, foi um dos maiores ingleses do seu tempo. Ele era um homem de princípios, inteligente, com grande capacidade para o trabalho, amigo solidário com a comunidade judaica na Inglaterra, um excelente pianista e cantor. Ele era um homem elegante, um linguista, que falou pelo menos cinco línguas fluentemente. Sua generosidade de espírito foi amplamente reconhecida. Suas pinturas representaram a Grã-Bretanha na grande Exposição de Paris de 1900.
Sua casa em Holland Park, em Londres, foi transformada num museu, a Leighton House Museum.


 Frederick Leighton, Mrs James Guthrie, 1864-1865
 
 
Frederic Leighton, Golden Hours, 1864


Frederic Leighton, Flaming June, 1895; Museo de Arte de Ponce

"Flaming June", uma das obras mais famosas de Leighton, 
foi exibida na Royal Academy em 1895, apenas um ano antes de sua morte.



Frederick Leighton, Idyll, 1880


Frederic Leighton, Odalisque, 1862



Frederick Leighton, Lady Adelaide Chetwynd-Talbot, Countess Brownlow (1844-1917), c. 1879 
 

Frederick Leighton, Perseus and Andromeda, 1891
 
 
Frederick Leighton, Jonathans token to David, c. 1868


Frederick Leighton, Daedalus and Icarus, c. 1869


 Frederick Leighton, The Fisherman and the Siren, 1856–1858 


Frederick Leighton, Psamathe, 1880

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