Calu Fontes, Venus
Aceita o Universo
Aceita o universo
Como to deram os deuses.
Se os deuses te quisessem dar outro
Ter-to-iam dado.
Se há outras matérias e outros mundos
Haja.
Como to deram os deuses.
Se os deuses te quisessem dar outro
Ter-to-iam dado.
Se há outras matérias e outros mundos
Haja.
1-10-1917
Alberto Caeiro, “Poemas Inconjuntos”.
Poemas Completos de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa.
(Recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral Cunha.)
(Recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral Cunha.)
Lisboa: Presença, 1994. - 136.
Calu Fontes, artista plástica brasileira, trabalha com os mais diversos materiais e temas e consegue transformar objetos enfadonhos do quotidiano em peças de uma beleza fantástica. Alguns dos seus suportes prediletos são: azulejos, potes, chávenas, tabuleiros, vasos, jarras, entre outros.
Calu Fontes, Azulejo
"O meu trabalho é super minucioso. Chamo de barroco por causa do uso de vários desenhos. Começo com a peça em branco, sem saber qual vai ser o resultado final. Faço uma base com pintura de pigmento de porcelana, uma textura e levo para a queima. Depois faço uma nova pintura ou uso um decalque. O tempo de criação da peça é indefinido. Tenho alguns trabalhos que estão inacabados há mais de dois anos. De repente, escuto uma música ou vejo um trabalho que me inspira a terminá-lo" - Calu Fontes.
"O homem converte-se aos poucos naquilo que acredita poder vir a ser. Se me repetir incessantemente a mim mesmo que sou incapaz de fazer determinada coisa, é possível que isso acabe finalmente por se tornar verdade. Pelo contrário, se acreditar que a posso fazer, acabarei garantidamente por adquirir a capacidade para a fazer, ainda que não a tenha num primeiro momento. - Mohandas Gandhi
Calu Fontes, Azulejo
Calu Fontes, Prato - Sereia
Calu Fontes, Bule
Calu Fontes, Chávena
Calu Fontes, Saladeira
Calu Fontes, Pote
Calu Fontes, Bule
Calu Fontes, Chávena
Calu Fontes, Pote
Calu Fontes, Copo
Calu Fontes, Bandeja azul
Calu Fontes, Azulejo
Calu Fontes, Azulejo
Calu Fontes, Azulejo
Calu Fontes, Azulejo
Calu Fontes, Azulejos
O Primeiro Dia - Sérgio Godinho
O Primeiro Dia
A princípio é simples, anda-se sozinho,
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no borborinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo e dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
E é então que amigos nos oferecem leito,
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se e come-se se alguém nos diz bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso por curto que seja,
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
E enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
Entretanto o tempo fez cinza da brasa
outra maré cheia virá da maré vaza
nasce um novo dia e no braço outra asa,
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
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