Henri Rousseau, A Carnival Evening, 1886, Philadelphia Museum of Art
O Espírito
Nada a fazer, amor, eu sou do bando
Impermanente das aves friorentas;
E nos galhos dos anos desbotando
Já as folhas me ofuscam macilentas;
E vou com as andorinhas. Até quando?
À vida breve não perguntes: cruentas
Rugas me humilham. Não mais em estilo brando
Ave estroina serei em mãos sedentas.
Pensa-me eterna que o eterno gera
Quem na amada o conjura. Além, mais alto,
Em ileso beiral, aí espera:
Andorinha indemne ao sobressalto
Do tempo, núncia de perene primavera.
Confia. Eu sou romântica. Não falto.
Natália Correia, Sonetos Românticos, 1990
Galeria de Henri Rousseau
(Arte Naïf)
Henri Rousseau, A Guerra, 1894, Óleo sobre tela, 114 x 195 cm, Paris.
Henri Rousseau, A Encantadora de Serpentes, 1907,
óleo sobre tela - 189 x 169 cm, Musée d'Orsay (Paris, France)
Henri Rousseau, View of the Bridge in Sevres and the Hills of Clamart,
Saint-Cloud and Bellevue with biplane, balloon and dirigible, 1908
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