Caravaggio, Boy Peeling Fruit, 1592–1593
Entrega
Descalço venho dos confins da infância,
Que a minha infância ainda não morreu.
Atrás de mim em face ainda há distância.
Menino Deus, Jesus da minha infância,
Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu.
Venho da estranha noite dos poetas,
Noite em que o mundo nunca me entendeu.
Vê, trago as mãos vazias dos poetas.
Menino Deus, amigo dos poetas,
Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu.
Feriu-me um dardo, ensanguentei as ruas
Onde o demónio em vão me apareceu.
Porque as estrelas todas eram suas.
Menino, irmão dos que erram pelas ruas,
Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu.
Quem te ignorar ignora os que são tristes,
Ó meu irmão Jesus, triste como eu.
Ó meu irmão, menino de olhos tristes,
Nada mais tenho além dos olhos tristes
Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu!
Pedro Homem de Mello
Ricardo Ribeiro e Pedro Jóia - Entrega
Descalço venho dos confins da infância,
Que a minha infância ainda não morreu.
Atrás de mim em face ainda há distância.
Menino Deus, Jesus da minha infância,
Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu.
Venho da estranha noite dos poetas,
Noite em que o mundo nunca me entendeu.
Vê, trago as mãos vazias dos poetas.
Menino Deus, amigo dos poetas,
Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu.
Feriu-me um dardo, ensanguentei as ruas
Onde o demónio em vão me apareceu.
Porque as estrelas todas eram suas.
Menino, irmão dos que erram pelas ruas,
Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu.
Quem te ignorar ignora os que são tristes,
Ó meu irmão Jesus, triste como eu.
Ó meu irmão, menino de olhos tristes,
Nada mais tenho além dos olhos tristes
Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu!
Pedro Homem de Mello
Ricardo Ribeiro e Pedro Jóia - Entrega
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