Os rios
Os rios que eu encontro
vão seguindo comigo.
Rios são de água pouca,
em que a água sempre está por um fio.
Cortados no verão
que faz secar todos os rios.
Rios todos com nome
e que abraço como a amigos.
Uns com nome de gente,
outros com nome de bicho,
uns com nome de santo,
muitos só com apelido.
Mas todos como a gente
que por aqui tenho visto:
a gente cuja vida
se interrompe quando os rios.
[O Rio ou Relação da Viagem que Faz o Capibaribe de Sua Nascente à Cidade do Recife publicado em 1953 é um livro de João Cabral de Melo Neto, na sua linha mais popular, como Morte e vida severina.
O Rio é um poema narrativo que tem como narrador o próprio rio que narra a sua viagem, partindo da nascente na aridez do sertão, passando através da fértil zona da mata, até chegar à cidade de Recife.] (daqui)
O Rio é um poema narrativo que tem como narrador o próprio rio que narra a sua viagem, partindo da nascente na aridez do sertão, passando através da fértil zona da mata, até chegar à cidade de Recife.] (daqui)
Henri Biva, Les Nénuphar, oil on canvas, 82 x 65 cm.
Henri Biva, A sun drenched river view, oil on canvas, 64.8 x 54 cm.
Henri Biva, Punts moored on still waters, oil on canvas, 61 x 50 cm.
Henri Biva, La Rivère, oil on canvas, 61.5 x 50.5 cm.
"Os pais se perguntam porque os rios são amargos, quando eles mesmos envenenaram a fonte."
John Locke, Some Thoughts Concerning Education. London: A. and J. Churchill, 1693.
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