William-Adolphe Bouguereau (French painter, 1825 - 1905), Idylle, c. 1852.
Amor
Amas de mais, não possuis
o amor que a todos vem.
Quem ama tudo não pode
ser amado por alguém.
Amor de tudo! – ninguém,
mas coração mais fecundo
que, por beijar doutro modo,
só tarde vive no mundo!
De longe o sol nos aquece,
de longe nos abre focos.
– Ó cinco chagas de Cristo,
no espelho de misantropos!
Só chega ao Sol quem tem asas
para um voo longo e leve
– quem antes que a luz o cegue
chega lá desfeito em brasas!
Amas de mais, não possuis
o amor que a todos vem.
Quem ama tudo não pode
ser amado por alguém.
Amor de tudo! – ninguém,
mas coração mais fecundo
que, por beijar doutro modo,
só tarde vive no mundo!
De longe o sol nos aquece,
de longe nos abre focos.
– Ó cinco chagas de Cristo,
no espelho de misantropos!
Só chega ao Sol quem tem asas
para um voo longo e leve
– quem antes que a luz o cegue
chega lá desfeito em brasas!
William-Adolphe Bouguereau, The Idylle, 1850.
“Amar é a gente querer se abraçar como um pássaro que voa".
Guimarães Rosa (1908-1967), em "Ave, Palavra", 1970 (livro póstumo)
“Amar é a gente querer se abraçar como um pássaro que voa".
Guimarães Rosa (1908-1967), em "Ave, Palavra", 1970 (livro póstumo)
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