quinta-feira, 22 de maio de 2025

"Chá das Cinco" - Poema de Gilberto Mendonça Teles


Edward Cucuel (American-born painter who lived and worked 
 in Germany, 1879–1954), Five o'clock Tea.


Chá das Cinco

A Jorge Amado

Chá de poejo para o teu desejo
chá de alfavaca já que a carne é fraca
chá de poaia e rabo-de-saia
chá de erva-cidreira se ela for solteira
chá de beldroega se ela foge ou nega
chá de panela para as coisas dela
chá de alegrim se ela for ruim
chá de losna se ela late ou rosna
chá de abacate se ela rosna e late
chá de sabugueiro para ser ligeiro
chá de funcho quando houver caruncho
chá de trepadeira para a noite inteira
chá de boldo se ela pedir soldo
chá de confrei se ela for de lei
chá de macela se não for donzela
chá de alho para um ato falho
chá de bico quando houver fuxico
chá de sumiço quando houver enguiço
chá de estrada se ela for casada
chá de marmelo quando houver duelo
chá de douradinha se ela for gordinha
chá de fedegoso para mijar gostoso
chá de cadeira para a vez primeira
chá de jalapa quando for no tapa
chá de catuaba quando não se acaba
chá de jurema se exigir poema
chá de hortelã e até amanhã
chá de erva-doce e acabou-se

( pelo sim pelo não
chá de barbatimão)
 
 
 Gilberto Mendonça Teles, in "Plural de nuvens"
2a. ed., Rio de Janeiro: José Olympio, 1990. 


Pinturas de Edward Cucuel
Edward Cucuel, Fragrant Summer.



Edward Cucuel, The oldoak.
 
 
Edward Cucuel, The Japanese umbrella.
 
 
Edward Cucuel, By the Lake Wall.
 
 
Edward Cucuel, In the garden.
 
 
Edward Cucuel, Woman with boat.   


Edward Cucuel, Girl in an interior.


Edward Cucuel, Swiss Chalet.
 

"A ondulação deste número infinito de montanhas, cujos cumes nevados os fazem parecer como que cobertas por espuma, trouxe à minha lembrança a superfície de um oceano sendo espancado por uma tempestade. Se olhei para o oeste, o oceano exibia-se diante de mim em toda a sua majestosa grandeza, uma continuação de certo modo, um destes lanosos topos. Onde a terra terminava e o mar começava era impossível para o olho distinguir."

 

Viagem ao Centro da Terra de Júlio Verne,
Porto Editora, janeiro de 2021.
 

Viagem ao Centro da Terra

Romance de Júlio Verne, cujo título original é Voyage au Centre de la Terre, publicado em 1864, é considerado um clássico da ficção científica.

O narrador é Alex Lidenbrock, sobrinho de Otto Lidenbroc, um ilustre geólogo alemão, naturalista e professor de mineralogia.

A ação desenrola-se inicialmente, em Hamburgo, na casa do professor Otto. Este compra o manuscrito original de uma saga islandesa, escrita por Snorri Sturluson no século XII. Dentro desta obra encontra-se um pergaminho escrito em runas.

O professor, juntamente com o sobrinho Alex, começam a interessar-se pelo enigmático documento, conseguindo desvendar o mistério da sua mensagem. Tratava-se do texto de um alquimista do século XVI, Arne Saknussemm, que afirmava ter descoberto uma passagem para o centro da Terra, através de um vulcão, na Islândia, chamado Sneffels (atualmente, Snaefells Jökull).

Otto Lidenbrock e Alex decidem então partir à descoberta do monte vulcânico e, em Reykjavík, para guiá-los, contratam Hans Bjelke, um caçador de êider. Já no Sneffels, e depois de vários dias de caminhada pelo seu interior, descobrem um mundo parecido com épocas pré-históricas completamente diferente daquele em que viviam.

A narração da viagem ao centro da Terra, sob a forma de diário de bordo, ocupa grande parte do romance que, numa fusão de realismo com imaginário, apresenta diversos detalhes geológicos e mineralógicos, os quais conferem ao texto certa credibilidade.

O livro foi adaptado não só para televisão, numa série de três episódios, realizada por George Miller, em 1999, como também para cinema, destacando-se os filmes de Henry Levin, em 1959, e de Juan Piquer Simón, em 1976. (daqui)  

(Ler excerto da obra)

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