Amor
Tu acendeste-me o lume,
Naquela tarde de frio. E do jardim,
Solitário e sombrio,
Vinha até mim
Um suave perfume
De goivos a morrer.
Sobre a cidade calma,
As nuvens, uma a uma,
Como flocos de espuma,
Passavam a correr.
Era uma tarde, das tardes mais frias!
E as coisas não me sorriam.
Somente,
Doente,
Tu me sorrias.
Na vidraça, como gelo,
Soluçaram gotas de água.
Afaguei o teu cabelo,
Com alegria e com mágoa.
Era uma tarde sombria,
De luz bem singular.
Tarde tão fria,
Até parecia
Que tudo ia gelar.
in "Bosque Sagrado"
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