O Deus Dará
ao deus-dará
vou como vou
tudo que sou
foi ou será
não sei se o tempo
trará ou não
de supetão
um contratempo
quando galopa
age sem jeito
torna imperfeito
tudo que topa
o que está morto
morto ficou
quem o enterrou
lhe deu um porto
mas na memória
de cada tarde
ainda que tarde
se conte a história
cada domingo
tem sua tarde
que sem alarde
cai como um pingo
mas há uma só
p'ra cada um
e não nenhum
que a atire ao pó
há uma apenas
que me recorda
em dose gorda
coisas amenas
que a tarde fique
como um menino
atento ao sino
e a se repique
Que a tarde guarde sempre o som de um sino
Ecoando alegrias de menino.
in 'Galope do Tempo'
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