quarta-feira, 4 de setembro de 2024

“O último poema” - Poema de Manuel Bandeira



Leopoldo Gotuzzo (Pintor brasileiro, 1887–1983), Paisagem de Primavera Florida
na Ilha de Paquetá – RJ, 1931
. Óleo sobre tela, 55 X 33 cm.
 


O último poema

 
Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação. 


1930
 
Manuel Bandeira
,
50 poemas escolhidos pelo autor,
Ed. Cosac Naify, São Paulo, 2006. 
 

Manuel Bandeira - 50 poemas escolhidos pelo autor
 Ano de edição : 2006
Editora: Cosac Naify
 
 
 RESUMO
 
Numa obra que não ultrapassa 350 poemas, os cinquenta reunidos neste livro são claramente uma síntese da poética de Manuel Bandeira, feita por alguém que a conhece como ninguém, ou seja, o próprio poeta. O leitor se surpreenderá com os novos significados que brotam a partir do rearranjo (encomendado a Bandeira pelo poeta e editor José Simeão Leal, do antigo Serviço de Documentação do MEC) e com as articulações inesperadas entre poemas muitas vezes lidos, relidos e nem por isso já inteiramente desvendados. Do ácido "Os sapos" à tranquila "Consoada", estão presentes na antologia os temas dominantes em sua poética: a poesia, o erotismo, o Recife da infância, a religiosidade. 
A edição é acompanhada de um CD com 29 poemas lidos pelo próprio Bandeira, um material raro, que durante décadas ficou restrito aos colecionadores, e que sai agora em edição limitada. daqui
 

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