
Ernesto Condeixa (Pintor português, 1858–1933), A caminho da fonte, 1894.
Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado
Um Reino Maravilhoso
(Trás-os-Montes)
Vou falar-lhes dum Reino Maravilhoso. Embora muitas pessoas digam que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade, e o coração, depois, não hesite. Ora, o que pretendo mostrar, meu e de todos os que queiram merecê-lo, não só existe, como é dos mais belos que se possam imaginar. Começa logo porque fica no cimo de Portugal, como os ninhos ficam no cimo das árvores para que a distância os torne mais impossíveis e apetecidos. E quem namora ninhos cá de baixo, se realmente é rapaz e não tem medo das alturas, depois de trepar e atingir a crista do sonho, contempla a própria bem-aventurança.
Vê-se primeiro um mar de pedras. Vagas e vagas sideradas, hirtas e hostis, contidas na sua força desmedida pela mão inexorável dum Deus criador e dominador. Tudo parado e mudo. Apenas se move e se faz ouvir o coração no peito, inquieto, a anunciar o começo duma grande hora. De repente, rasga a crosta do silêncio uma voz de franqueza desembainhada:
- Para cá do Marão, mandam os que cá estão!...
Sente-se um calafrio. A vista alarga-se de ânsia e de assombro. Que penedo falou? Que terror respeitoso se apodera de nós?
Mas de nada vale interrogar o grande oceano megalítico, porque o nume invisível ordena:
- Entre!
A gente entra, e já está no Reino Maravilhoso.
A autoridade emana da força interior que cada qual traz do berço. Dum berço que oficialmente vai de Vila Real a Chaves, de Chaves a Bragança, de Bragança a Miranda, de Miranda a Régua.
Um mundo! Um nunca acabar de terra grossa, fragosa, bravia, que tanto se levanta a pino num ímpeto de subir ao céu, como se afunda nuns abismos de angústia, não se sabe por que telúrica contrição.
Terra-Quente e Terra-Fria. Léguas e léguas de chão raivoso, contorcido, queimado por um sol de fogo ou por um frio de neve. Serras sobrepostas a serras. Montanhas paralelas a montanhas. Nos intervalos, apertados entre os rios de água cristalina, cantantes, a matar a sede de tanta angústia. E de quando em quando, oásis da inquietação que fez tais rugas geológicas, um vale imenso, dum húmus puro, onde a vista descansa da agressão das penedias. Mas novamente o granito protesta. Novamente nos acorda para a força medular de tudo. E são outra vez serras, até perder de vista.
Não se vê por que maneira este solo é capaz de dar pão e vinho. Mas dá. Nas margens de um rio de oiro, crucificado entre o calor do céu que de cima o bebe e a sede do leito que de baixo o seca, erguem-se os muros do milagre. Em íngremes socalcos, varandins que nenhum palácio aveza, crescem as cepas como os manjericos às janelas. No Setembro, os homens deixam as eiras da Terra-Fria e descem, em rogas, a escadaria do lagar de xisto. Cantam, dançam e trabalham. Depois sobem. E daí a pouco há sol engarrafado a embebedar os quatro cantos do mundo.
A terra é a própria generosidade ao natural. Como num paraíso, basta estender a mão.
Bata-se a uma porta, rica ou pobre, e sempre a mesma voz confiada nos responde:
- Entre quem é! Sem ninguém perguntar mais nada, sem ninguém vir à janela espreitar, escancara-se a intimidade duma família inteira. O que é preciso agora é merecer a magnificência da dádiva.
Nos códigos e no catecismo o pecado de orgulho é dos piores. Talvez que os códigos e o catecismo tenham razão. Resta saber se haverá coisa mais bela nesta vida do que o puro dom de se olhar um estranho como se ele fosse um irmão bem-vindo, embora o preço da desilusão seja às vezes uma facada.
Dentro ou fora do seu dólmen (maneira que eu tenho de chamar aos buracos onde vive a maioria) estes homens não têm medo senão da pequenez. Medo de ficarem aquém do estalão por onde, desde que o mundo é mundo, se mede à hora da morte o tamanho de uma criatura.
Acossados pela necessidade e pelo amor da aventura emigram. Metem toda a quimera numa saca de retalhos, e lá vão eles. Os que ficam, cavam a vida inteira. E, quando se cansam, deitam-se no caixão com a serenidade de quem chega honradamente ao fim dum longo e trabalhoso dia.
O nome de Trasmontano, que quer dizer filho de Trás-os-Montes, pois assim se chama o Reino Maravilhoso de que vos falei.
Trás-os-Montes e Alto DouroUma das onze províncias tradicionais portuguesas criadas em 1936, mas formalmente extintas em 1976, a região de Trás-os-Montes e Alto Douro situa-se no Nordeste de Portugal continental, correspondendo aos distritos de Vila Real e Bragança, bem como a quatro concelhos do distrito de Viseu e a um concelho do distrito da Guarda.
Faz fronteira com a Espanha, a norte e a leste, e confina com as províncias da Beira Alta, a sul, e do Douro Litoral e do Minho, a oeste.
O relevo desta região é formado por um conjunto de altas plataformas onduladas cortadas por vales e bacias muito profundas. O seu clima é mediterrânico com influência continental, mais agreste e frio nas áreas planálticas, mais quente nas áreas profundas encaixadas do Douro.
Além da vinha - em especial a vinha da Região Demarcada do vinho do Porto, onde a paisagem se individualiza com as suas imensas encostas e quintas -, produz culturas como o centeio, a cevada e a batata.
Esta região apresenta, nos seus principais pratos típicos, o pão e as bolas; bacalhau, alheiras, presunto, cabrito e vitela, com destaque para a posta mirandesa; peixes de rio, como a truta; grelos, feijão, cogumelos e castanhas; folares, queijadas e bolos de mel, entre outros.
Trás-os-Montes e Alto Douro foi desde muito cedo objeto de explorações mineiras. O ouro foi o primeiro metal a ser explorado, depois o estanho e o chumbo. Deficientemente servida por vias de comunicação, esta zona não tem sido um polo atrativo para a implantação de indústrias.
A região de Trás-os-Montes é uma das mais ricas em achados arqueológicos de toda a ordem e de todas as épocas. São de assinalar as estações do paleolítico da serra do Brunheiró e Bóbeda, bem como dólmenes e povoados do período Neoeneolítico. A famosa ponte de Trajano, por seu turno, é um dos melhores exemplares da arquitetura romana em Portugal.
Esta região possui um folclore muito rico, patente, por exemplo, nos seus dialetos (sendinês, mirandês, guadramilês e riodonorês). A música tradicional é uma das mais relevantes do país. São de um lirismo extremamente sóbrio e penetrante, quer os hinos sagrados e cânticos de trabalho, quer os poemas de amor e de morte em que se expande a alma do povo duriense e transmontano.
Trás-os-Montes e Alto Douro tem sido cenário e temática, berço e musa inspiradora de algumas individualidades notáveis, como, por exemplo,
Guerra Junqueiro (1850–1923),
Miguel Torga (1907–1995),
Trindade Coelho (1861–1908) e
Camilo Castelo Branco (1825–1890), entre outros.
(daqui)
Miguel Torga
[S. Martinho de Anta/Vila Real, 1907 - Coimbra, 1995]
Miguel Torga é o nome literário do médico Adolfo Rocha. Poeta, ensaísta, dramaturgo, romancista e contista.
Cultivou a escrita autobiográfica num extenso Diário (escrito entre 1932 e 1994) e nos seis Dias de A Criação do Mundo
(publicados em 1937, 1938, 1939, 1974 e 1981), obra que o autor viria a
definir como «crónica, romance, memorial e testamento». Nela narra-se a
luta do menino orgulhoso contra a pobreza de um Trás-os-Montes rural
que o quer escravizado, a recusa em ser criado de burgueses (Porto,
1917) e a rápida desistência de candidato a seminarista (Lamego, 1918),
aspiração logo abandonada por quem já na altura manifestava relutância
por qualquer género de gregarismo.
A fase crucial da sua
puberdade, com a descoberta da humilhação pessoal e do instinto sexual,
decorre no Brasil (1920-1925), a capinar, laçar cavalos e apanhar café
na Fazenda de Santa Cruz, Minas Gerais, propriedade de um tio paterno.
Completou
o Liceu em Coimbra, em apenas três épocas, e graças às mesadas que o
tio ia enviando do Brasil, compensação pelo duro trabalho já realizado
para ele, completou o curso de Medicina nesta cidade (1928-1933), com
vinte e seis anos. Aparecem também descritos nesta obra os seus
primeiros contactos com o mundo literário, nomeadamente representado
pelo grupo coimbrão da revista Presença (1927-1940), de cujo grupo fundador fez parte e que se traduziram na aparição do seu primeiro livro poético, Ansiedade (1928) – expurgado, como boa parte da sua poesia da juventude, na Antologia
de 1981 –, e na afirmação de uma personalidade humana marcada por um
«individualismo feroz» que o levaria à polémica dissidência na revista,
provocando também a cisão do grupo fundador, e à criação da revista Sinal em 1930, ano da publicação de Rampa, o seu segundo poemário.
O Diário
inicia-se em 1932 precisamente com uma nota da sua passagem pela
Universidade («Passo por esta Universidade como cão por vinha vindimada.
Nem eu reparo nela nem ela repara em mim»), indício do desprezo por uma
instituição elitista envelhecida e politicamente servil. É nesta altura
que lança novos livros poéticos (Tributo, 1931 e Abismo,
1932), época marcada, aliás, pela sua participação em movimentos
sediciosos e pelo relacionamento com intelectuais de notória filiação
antiditatorial. Em 1934, após breves períodos de exercício da medicina
em S. Martinho de Anta e em Vila Nova de Miranda do Corvo (Coimbra),
Adolfo Rocha irá perfilhar o pseudónimo Miguel Torga (A Terceira Voz),
identificando-se com aquele arbusto espontâneo, resistente e florido em
chão agreste e com uma tradição combativa e heterodoxa espanhola
(Miguel de Molinos, Miguel de Cervantes, Miguel de Unamuno).
A
Guerra Civil de Espanha (1936-1939) – cujos avatares e desenlace foram
seguidos neste lado da fronteira com angustiada aflição pelos
intelectuais partidários da República – constituiu sem dúvida um abalo
afetivo e um reativo para a revolta e a definitiva conformação do
ideário democrático do poeta, assim como um motivo inspirador de boa
parte dos seus Poemas Ibéricos (1952, 1965), essa lição de amor peninsular, e do conto «Requiem» (Pedras Lavradas,
1951), da mesma maneira que a subsequente repressão exercida pelo
regime de Franco seria denunciada nas páginas de intervenção cívica de Fogo Preso
(escritas entre 1945 e 1976 e publicadas nesta última data por óbvios
motivos de censura), e a indeterminação submissa de parte do povo
peninsular no relato «O Covarde» (Pedras Lavradas).
Entretanto, a sua atividade literária não decresceu: a coletânea poética O Outro Livro de Job e a fundação da revista Manifesto
são anteriores à primeira viagem à Europa, em 1937. É durante este
percurso que constatará a degradação da Espanha em guerra, esmagada já
sob um regime de terror que glorifica Franco em retratos e dísticos
estampados nos muros das cidades.
De novo em Portugal, cursa em
1938, com trinta e um anos, a especialidade de otorrinolaringologia, com
Ferreira da Costa. Estabelecido em Leiria, publica a denúncia dos
horrores presenciados na Europa das Ditaduras em O Quarto Dia. O
volume é logo apreendido (1939) e o autor detido pela PIDE, sob uma vaga
acusação de comunismo que incluía a suspeita de receção de dinheiro de
Moscovo para a compra de instrumental cirúrgico. Transferido para o
Limoeiro e para o Aljube de Lisboa e libertado, sem julgamento, poucos
meses depois, publicou o célebre Bichos (1940), livro que integra contos parcelarmente concebidos na cadeia.
Os magistrais Contos da Montanha – que o autor deu a lume um ano antes da saída das narrativas que conformam Rua
(1942) –, interpretados pelos órgãos de repressão cultural como
denúncia local das penosas condições de vida do nordeste, foram
igualmente apreendidos em Coimbra – o médico tinha aberto o consultório
que viria a ser centro de conspiração contra o regime no Largo da
Portagem – por ordem do censor Salvação Barreto. O escritor iludiu a
proibição enviando um maço de provas tipográficas para o Rio de Janeiro,
de modo que o livro regressou ao país e circulou clandestinamente até
1969. O poema dramático Sinfonia (1947) – publicado após os dramas naturalistas Terra Firme e Mar (1941) e a parábola dramática O Paraíso (1949) – sofreu idêntica punição.
A
esposa, a lusista belga Andrée Crabbé Rocha, com quem casara civilmente
em 1940, foi expulsa, devido às suas atitudes democráticas, da
Faculdade de Letras de Lisboa, onde era assistente, em Junho de 1947. O
médico, por sua vez, era demitido, sem qualquer justificação, do Serviço
de Saúde da Casa dos Pescadores da Figueira da Foz.
As
dificuldades financeiras, contudo, não vergaram a exemplar combatividade
do autor: entre 1943 e 1950 publicou várias coletâneas poéticas (Lamentação, 1943; Libertação, 1944; Odes, 1946; Nihil Sibi, 1948). Estamos perante a época da mais fecunda criação: nela editaram-se os romances O Senhor Ventura (relato das aventuras de um emigrante português na China, 1943) e Vindima (denúncia da exploração do vindimador no Douro, 1945), a sua obra prima, Novos Contos da Montanha (1944), a peça O Paraíso e o livro de ensaios Portugal (1950), em paralelo com a publicação dos sucessivos volumes do Diário.
Em
1950 foi levantada ao escritor a proibição de saída do país,
reiniciando assim as suas viagens a Espanha e a outros países da Europa,
coroadas pelo regresso ao Brasil da sua meninice em 1954 (data da
aparição da coletânea poética Penas do Purgatório), um ano antes do nascimento de Clara, a sua única filha, e da publicação de Traço de União,
volume ensaístico sobre as relações culturais luso-brasileiras. Na
altura desta deslocação como convidado ao Congresso de Escritores de São
Paulo, a sua obra gozava já do reconhecimento internacional patenteado
nas traduções em castelhano, francês, inglês, romeno...
O ano de 1950 marca também a publicação de Cântico do Homem,
o poemário de maior empenhamento social do autor e uma das referências
culturais do povo português, que começava a ver em Torga um símbolo
cívico de oposição ao salazarismo. Oito anos mais tarde foi publicado o
livro considerado cimeiro da poética torguiana: Orfeu Rebelde.
Em
1960 foi proposto pela Universidade de Montpellier para Nobel da
Literatura. Novamente candidato ao Nobel em 1978, foi objeto nesta data
de uma homenagem nacional, comemoração do cinquentenário da sua estreia
nas letras.
A escrita do Diário seria continuada até
poucos meses antes da sua morte. Nele, e juntamente com a expressão do
processo de auto-conhecimento pautado pela constatação da contingência
humana e a obsidiante sombra da morte, insere-se a crónica
político-social da intra-história da nação e a análise do papel de
Portugal na Europa contemporânea. A fase histórica mais notavelmente
referenciada é a relativa ao Portugal submerso durante o regime do
Estado Novo, com o qual Torga manteve o seu teimoso e continuado braço
de ferro como franco-atirador espiritual em prol dos direitos humanos, e
à revelação dos seus nefastos efeitos de asfixia e alienação no povo.
Encontram-se
referências à participação do escritor em comícios de apoio à
candidatura pessoal de Humberto Delgado (Coimbra, Maio, 1968); à
assinatura de manifestos coletivos de protesto que caíram
indefetivelmente nas mãos da PIDE (Coimbra, Novembro, 1965); à reação
de sereno alívio perante a morte do tirano – cuja tipologia psicológica é
interpretada com implacável acerto – e à nomeação de Américo Tomás como
Presidente da República (Setembro, 1968); à constatação das
contradições internas do regime, manifestas numa guerra colonial
«fantasma» ao mesmo tempo que não hesita em convocar caricatas eleições
legislativas (Outubro, 1969); à consciência do perigoso nacionalismo
insurgente verificado nas suas visitas a Angola e Moçambique em 1968; à
desconfiança que lhe inspira a Revolução do 25 de Abril mercê do seu
antimilitarismo; à inquietação pela perda das marcas da lusitanidade em
Macau e Goa, verificada na sua viagem de 1987; à satisfação evidenciada
na data da dissolução do Conselho da Revolução, cuja presença tutelar se
manteve até Outubro de 1982.
Nas suas páginas, o escritor,
encarnação do velho anarquista, manifesta a sua oposição franca a
qualquer instituição que prive o indivíduo da liberdade. É esta atitude
que explica a sua indignação perante os falhanços sócio-económicos dos
sucessivos governos do após 25 de Abril ou a crítica à inconsciência e à
corrupção instaladas na classe política, a sua firme oposição à
precipitada adesão à Comunidade Europeia, emoldurada pelos lúcidos
avisos premonitórios da irresponsabilidade oficial na assinatura do
tratado de Maastricht – verdadeiro atentado contra a independência da
nação e o último combate que enfrentou a sua rebeldia. Em paralelo
manifesta-se o ensaísmo literário e o artista que, cumprindo o preceito
socrático, empreende um caminho de autognose expressado em prosa e
versos.
Depois de 1981, em que lhe é atribuído o «Prémio
Montaigne» da Fundação Alemã F.V.S., recebe o «Camões» (1989, na
primeira convocatória), o «Vida Literária» da A.P.E. (também na sua
primeira convocatória, 1992). Nesta mesma data é designado Personalidade
do Ano 1991 pela Associação de Imprensa Estrangeira em Portugal e é-lhe
outorgado o «Prémio de Literatura Écureuil», do Salão do Livro de
Bordéus.
A partir de 1986, em que foi detetada uma doença
incurável num corpo já combalido e foi submetido a mais outra
intervenção cirúrgica, passou períodos internado no Hospital da
Universidade e no I.P.O. de Coimbra, onde acabaria por entregar,
impoluto, o seu «branco penacho de poeta» numa manhã invernal, a de 17
de Janeiro de 1995, com 87 anos. Foi nestes locais que redigiu, em
parte, o vol. XVI do Diário, corajoso livro viril de adeus e
exaltação do ato de viver, pautado por uma ironia sadia e sempre
iluminado pela esperança no Homem, valores que levaram a Associação
Internacional de Críticos Literários a laureá-lo em 1994.
O seu
multitudinário funeral – de Coimbra ao cemitério da sua terra natal –
foi clara expressão da dor do povo, enquanto a imprensa nacional e
estrangeira, consciente da importância histórica da perda, divulgou a
notícia da morte, acompanhada de depoimentos e comentários
bibliográficos.
A publicação do Cântico em Honra de Miguel Torga,
em 1996, supõe a continuidade da admiração, agora expressa por 85
poetas contemporâneos portugueses. Está traduzido em alemão, castelhano,
chinês, francês, inglês, japonês, norueguês, polaco, romeno,
servo-croata e sueco.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. IV, Lisboa, 1997.