Anna Ancher returning from the field, 1902.
As Flores do Monte
Um ramo agreste do monte.
Não te esqueci, não se creia,
Enlevava-me o horizonte,
Não me passavas da ideia.
Na frente o muro da Infesta,
Altas serras mais além,
Ao pé o rumor da festa,
E tu presente, meu bem!
Ao poente as doidas vagas
Em luta erguidas no mar,
Aos meus pés as rudes fragas
Tu sempre, sempre a lembrar!
Toda a rústica paisagem
Me arrebatava um momento;
Lembrava-me a tua imagem,
Volvias ao pensamento!
Na ermida rezava o monge,
A festa crescia perto,
Eu era só, e tu longe
Povoavas o meu deserto.
E que o amor como a saudade
Sempre na ausência se apura;
De ti longe quem não há de
Amar-te com mais ternura?
António Xavier Rodrigues Cordeiro
(1819-1896)
Um ramo agreste do monte.
Não te esqueci, não se creia,
Enlevava-me o horizonte,
Não me passavas da ideia.
Na frente o muro da Infesta,
Altas serras mais além,
Ao pé o rumor da festa,
E tu presente, meu bem!
Ao poente as doidas vagas
Em luta erguidas no mar,
Aos meus pés as rudes fragas
Tu sempre, sempre a lembrar!
Toda a rústica paisagem
Me arrebatava um momento;
Lembrava-me a tua imagem,
Volvias ao pensamento!
Na ermida rezava o monge,
A festa crescia perto,
Eu era só, e tu longe
Povoavas o meu deserto.
E que o amor como a saudade
Sempre na ausência se apura;
De ti longe quem não há de
Amar-te com mais ternura?
António Xavier Rodrigues Cordeiro
(1819-1896)
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