segunda-feira, 1 de junho de 2015

"Pequenina" - Poema de Florbela Espanca


Vincenzo Irolli (Italian painter, 1860 - 1949), L'angelo musicante, 1900-1905 
 


Pequenina


És pequenina e ris... A boca breve 
É um pequeno idílio cor-de-rosa... 
Haste de lírio frágil e mimosa! 
Cofre de beijos feito sonho e neve! 

Doce quimera que a nossa alma deve 
Ao Céu que assim te faz tão graciosa! 
Que nesta vida amarga e tormentosa 
Te fez nascer como um perfume leve! 

O ver o teu olhar faz bem à gente... 
E cheira e sabe, a nossa boca, a flores 
Quando o teu nome diz, suavemente... 

Pequenina que a Mãe de Deus sonhou, 
Que ela afaste de ti aquelas dores 
Que fizeram de mim isto que sou!  
 
 
Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"


Vincenzo Irolli, On the Terrace
 

"A desgraça deste mundo reside no facto de ser muito mais fácil abandonar os bons hábitos do que os maus."



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