Silvestro Lega (Italian realist painter, 1826-1895), Sharpshooters Leading Prisoners, 1861
(Episodio della guerra del 1859 - Ritorno di bersaglieri italiani da una ricognizione), Florence
Oil on canvas, 57,5 x 95, National Gallery of Modern Art, Palazzo Pitti
Guerra
São meus filhos. Gerei-os no meu ventre.
Via-os chegar, às tardes, comovidos,
nupciais e trementes
do enlace da Vida com os sentidos.
Estiveram no meu colo, sonolentos.
Contei-lhes muitas lendas e poemas.
Às vezes, perguntavam por algemas.
Respondia-lhes: mar, astros e ventos.
Alguns, os mais ousados, os mais loucos,
desejavam a luta, o caos, a guerra.
Outros sonhavam e acordavam roucos
de gritar contra os muros que há na Terra.
São meus filhos. Gerei-os no meu ventre.
Nove meses de esperança, lua a lua.
Grandes barcos os levam, lentamente...
São meus filhos. Gerei-os no meu ventre.
Via-os chegar, às tardes, comovidos,
nupciais e trementes
do enlace da Vida com os sentidos.
Estiveram no meu colo, sonolentos.
Contei-lhes muitas lendas e poemas.
Às vezes, perguntavam por algemas.
Respondia-lhes: mar, astros e ventos.
Alguns, os mais ousados, os mais loucos,
desejavam a luta, o caos, a guerra.
Outros sonhavam e acordavam roucos
de gritar contra os muros que há na Terra.
São meus filhos. Gerei-os no meu ventre.
Nove meses de esperança, lua a lua.
Grandes barcos os levam, lentamente...
in 'Liberta em Pedra', 1964
Jean-Louis Ernest Meissonier, Napoleon III (1808-73) at the Battle of Solferino, 24 June, 1859
Guerra Austro-Franco-Sarda
Tem as suas origens nas ambições da casa de Saboia; esta pretendia estender a sua influência na Itália, no desejo de os radicais italianos anularem os Estados da Igreja e na aceitação, por parte de Napoleão III, das "nacionalidades europeias", o seu desejo de obter Nice e a Saboia para a França, deixando a esta casa italiana a possibilidade de tomar a Lombardia. Os historiadores veem nesta ação uma demonstração da ambição política da Condessa de Castiglione (que era amante de Cavour, Primeiro-Ministro da Saboia).
A guerra terá envolvido cerca de 120 000 Franceses, que desembarcaram em Génova, 40 000 Sardos e 180 000 Austríacos (vindo este contingente a ascender aos 270 000 efetivos).
A guerra travou-se entre maio de 1859 e julho do mesmo ano. O primeiro registo bélico ocorreu a 20 de maio, na batalha de Montebello, onde Forey bateu o general austríaco Stadion. Em Palestro, a 30 do mesmo mês, as tropas de Vítor Emanuel II e do Coronel Chabron tomaram, à baioneta, as baterias austríacas de Gyulay. Este mesmo cabo de guerra será batido em Magenta (4 de junho) por Napoleão III e Mac-Mahon. No dia 8, Napoleão e Vítor Emanuel entraram em Milão.
No dia 24 desse mês ocorreu o maior confronto desta guerra, a batalha de Solferino, na qual Napoleão III bateu Francisco José I da Áustria. Neste sangrento combate os Austríacos perderam 22 000 homens contra 17 000 baixas entre Sardos e Franceses. A guerra estava decidida. No dia 17 de junho foi assinado o armistício de Villafranca. A 10 de novembro, pelo Tratado de Zurique, acordou-se a paz: a França recebia a Lombardia, entregue depois ao Piemonte e a Áustria conservava Veneza. (daqui)
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