René Magritte, The anger of gods, 1960
O Cavalo
Teus poros exalam o fumo
Do lar dos deuses de onde vieste.
Rompante de espuma e de lume
És sol quadrúpede ou mar equestre?
Desfilando derramas o ouro
Do teu rio inacabável,
Desmedido relâmpago louro
De um deus equídeo possante e frágil.
Tudo existiu para que fosses
No contraluz desta madrugada
Mitológica proporção perfeita
Em purpúrea bruma recortada.
Pois que te é divino mister
Humanos olhos extasiar
A dúvida é só perceber
Se vieste do sol ou do mar.
Natália Correia
Poesia Completa /
Inéditos, 1985/90
Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1999
Natália Correia retratada por Bottelho
Natália de Oliveira Correia (Fajã de Baixo, São Miguel, 13 de Setembro de 1923 — Lisboa, 16 de Março de 1993) foi uma intelectual, poetisa e activista social açoriana, autora de extensa e variada obra publicada, com predominância para a poesia. Deputada à Assembleia da República (1980-1991), interveio politicamente ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Autora da letra do Hino dos Açores. Juntamente com José Saramago (Prémio Nobel de Literatura, 1998), Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC).
A obra de Natália Correia estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio. Colaborou com frequência em diversas publicações portuguesas e estrangeiras. Foi uma figura central das tertúlias que reuniam em Lisboa nomes centrais da cultura e da literatura portuguesas nas décadas de 1950 e 1960. Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas. Na madrugada de 16 de Março de 1993, morreu, subitamente, com um ataque cardíaco, em sua casa, depois de regressada do Botequim que fundou em 1971, com Isabel Meireles, Júlia Marenha e Helena Roseta, onde durante as décadas de 1970 e 1980 se reuniu grande parte da intelectualidade portuguesa.
A sua morte precoce deixou um vazio na cultura portuguesa muito difícil de preencher. Legou a maioria dos seus bens à Região Autónoma dos Açores, que lhe dedicou uma exposição permanente na nova Biblioteca Pública de Ponta Delgada, instituição que tem à sua guarda parte do seu espólio literário (que partilha com a Biblioteca Nacional de Lisboa) constante de muitos volumes éditos, inéditos, documentos biográficos, iconografia e correspondência, incluindo múltiplas obras de arte e a biblioteca privada. (Fonte: wikipédia)
Paul Gauguin, Riders on the Beach I (Cavaliers sur la plage I), 1902
Museum Folkwang, Essen
"Um cavalo! Um cavalo! Meu reino por um cavalo!"
(William Shakespeare)
"A carne é o alimento de certos animais. Todavia, nem todos, pois os cavalos, os bois e os elefantes se alimentam de ervas. Só os que têm índole bravia e feroz, os tigres, os leões etc. podem saciar-se em sangue. Que horror é engordar um corpo com outro corpo, viver da morte de seres vivos." - Pitágoras
Edvard Munch, Horse Team, 1919
"A raça humana não pode prosperar enquanto não aprender que há tanta dignidade em cultivar campos quanto em escrever um poema." - Booker Washington
Booker Taliaferro Washington, (5 de abril de 1856, em Condado de Franklin, Virginia, EUA - 15 de novembro de 1915) foi um escritor e educador estadunidense. Por falta de recursos da família não frequentou a escola e, aos nove anos, começou a trabalhar para sobreviver, inicialmente numa fábrica de sal e, depois, em minas de carvão. Determinado a estudar, entrou para o Instituto Normal e de Agricultura de Hampton (1872), onde trabalhou como zelador para custear os estudos. Graduado (1875), passou a lecionar para crianças e adultos. Julgando a cultura e a qualificação profissional mais eficazes que a luta política pelos direitos civis, conseguiu entrar para a administração de Hampton (1879) e participou de um bem-sucedido programa experimental de educação indígena. Foi nomeado diretor da nova escola normal de negros em Tuskegee, Alabama (1881), onde ficou até sua morte. Seu sucesso nessa função tornou-o porta-voz dos negros americanos. Entre seus livros destacaram-se duas autobiografias, Up from Slavery (1901) e My Larger Life (1911). (Fonte: wikipédia)
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