sábado, 18 de fevereiro de 2012

"A palavra impossível" - Poema de Adolfo Casais Monteiro


Miranda, 1875, by John William Waterhouse
 
 

A palavra impossível


Deram-me o silêncio para eu guardar dentro de mim  
A vida que não se troca por palavras.

Deram-mo para eu guardar dentro de mim   
As vozes que só em mim são verdadeiras.

Deram-mo para eu guardar dentro de mim 
A impossível palavra da verdade. 

Deram-me o silêncio como uma palavra impossível, 
Nua e clara como o fulgor duma lâmina invencível,
Para eu guardar dentro de mim, 
Para eu ignorar dentro de mim 
A única palavra sem disfarce
A Palavra que nunca se profere.


Adolfo Casais Monteiro


Retrato de John William Waterhouse, 1886


John William Waterhouse (6 de abril de 1849 – 10 de fevereiro de 1917) foi um pintor neo-clássico e Pré-rafaelita do Reino Unido, famoso por seus quadros representando personagens femininas da mitologia e da literatura.
Filho de artistas, as suas primeiras incursões na pintura foram influenciadas pelo neoclassicismo vitoriano, pelo pré-rafaelismo e mais tarde sentiu-se atraído pelos impressionistas franceses. 
Se no princípio da carreira se dedicou a temas da Antiguidade Clássica, mas tarde debruçou-se por temas literários, sempre com um estilo suave e misterioso, repleto de romancismo, que o permitem enquadrar no simbolismo.
O seu quadro mais famoso é The Lady of Shalott, um estudo Elaine de Astolat, Este quadro teve três versões: de 1888, 1896 e de 1916.


Undine, 1872, by John William Waterhouse


Sleep and his Half brother Death, 1874, by John William Waterhouse
 

The Lady of Shalott, 1888, by John William Waterhouse


Ophelia, 1889, by John William Waterhouse


Hylas and the Nymphs, 1896, by John William Waterhouse


The Mermaid, 1901, by John William Waterhouse


Echo and Narcissus, 1903, by John William Waterhouse


A Tale from the Decameron, 1916, by John William Waterhouse


Tristan and Isolde with the potion, 1916, by John William Waterhouse


"Quarenta anos é a velhice dos jovens; cinquenta anos é a juventude dos velhos."

(Victor Hugo)

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